sábado, 31 de janeiro de 2009

A Cor da Alma

Assistimos este ano à eleição do negro Barrack Obama à presidência dos Estados Unidos, a maior potência do planeta. Torcemos e vibramos como nunca. O reconhecimento do mérito de pessoas negras nos emociona mais do que as não-negras, afinal de contas, elas tiveram que lugar contra todas as dificuldades possíveis desde o preconceito racial até a própria limitação do ambiente cultural em que vivem. Obama segue a tradição virtuosa de Martin Luther King, de negros com grande caráter, capacidade, dignidade e retidão.
Tal tradição pode ser observada também no Brasil com o surgimento de um daqueles que é considerado pelos cânones internacionais como um dos 100 maiores escritores do mundo: Machado de Assis, o Shakespeare da Lingua Portuguesa. Machado saiu de uma favela no Rio de Janeiro onde nasceu, para ser o fundador da Academia Brasileira de Letras.

Outro grande negro brasileiro viria a brilhar nas Universidades mundiais: o Geógrafo, professor, sociólogo e filósofo Milton Santos. Nascido pobre no interior da Bahia, foi reconhecido doutor honoris por grandes universidades do mundo.


É de vital importancia cultuar a figura desses grandes brasileiros para que sirvam de exemplo para todas as crianças e jovens do país. No entanto, é importante ressaltar que tais figuras possuem relevância universal não por terem sido negros, mas pelo valor de suas obras, que teriam o mesmo valor se tivessem sido escritas por um viking.
Se tais figuras devem ser motivo de orgulho, o mesmo não se pode considerar do ressentido Movimento Negro nacional, que a cada dia dá mais exemplos de fanatismo, corporativismo e até mesmo racismo, embarcado na onda importada do "politicamente correto", que vai desde a equivocada luta por cotas raciais até o patrulhamento gramatical, que nada agregam à luta contra o preconceito, ao contrário.
O movimento costuma alegar que: “no Brasil o racismo é sutil”. No entanto, o que é “racismo sutil”? Quem não gosta de uma raça sempre manifesta isso de uma maneira que qualquer espírito, ainda que não muito sutil, percebe. O grande racismo, nada sutil, mas que pouca gente assume, está em eventos como Dia da Consciência Negra. Primeiro, porque ninguém acharia bonito se fizessem um Dia da Consciência Branca. Promover uma raça, qualquer que seja, é racismo. E eu não vejo nenhuma razão para tolerar em alguns o que eles pretendem condenar nos outros. A única razão que se poderia alegar para que isso fosse tolerado seria uma certa infantilidade da parte deles.
Os negros brasileiros em termos de convivência social, têm uma relação muito mais saudável que a dos negros americanos - lá nos EUA existe racismo mesmo - e o MN quer importar os problemas deles. Pois o maior valor da cultura brasileira está justamente na desconsideração quanto ao fator raça – que não é mérito nem demérito –, integrando todos os povos que para cá vieram.
Querer falar de uma consciência negra como se esta fosse essencialmente diferente de uma consciência branca, ou árabe, é realmente estúpido. Porque, sendo diferente, e havendo tamanho esforço para celebrá-la e estimulá-la, só se pode concluir que ela seja ou superior ou inferior às outras. Faz-se tanto pelo consciência negra para ajudar ao mais fraco; ou então celebra-se tanto a consciência negra por ela ser superior, a base mesmo da nossa civilização. A primeira é um nazismo patético às avessas; a segunda é nazismo mesmo - e com nazista não há conversa.
Um argumento que é utilizado pela comunidade negra é o de reparação. Reparação das injustiças que foram cometidas contra os negros, escravizando-os, tirando-os da sua terra, etc mesmo que passados séculos. Bem.. A escravidão era prática comum entre as tribos africanas e todos sabemos que os negros das tribos mais fortes foram cúmplices dos europeus no comércio de escravos, inclusive Zumbi, o atual herói negro foi acusado de usar tais práticas com seus próprios semelhantes. Assim sendo, seria necessário que os negros que desejam reparação fizessem árvores genealógicas para ir cobrá-la dos descendentes dos negros escravizadores. E, antes disso, peçam a conta a todos os povos escravizados pelos egípcios.

A militancia negra na onda do movimento do politicamente correto atacou recentemente uma participante do programa BBB por ter utilizado a expressão "Negro de Alma Branca", segundo o qual ela sugeria que o negro para ser aceito deveria se portar como um branco. Ocorre que a letra da Musica de Tião Carreiro que originou a expressão, exalta um negro de coração cristão.A expressão Alma branca, não associa a alma da raça branca, e sim à claridade, luminosidade. As religiões, sejam as cristãs ou até mesmo a muculmana entre outras através de seus proprios livros (Salmos da Biblia, versos do Corão), atribuiu ao bem o simbolismo da luz e da claridade. Assim como a cor negra, a escuridão e as trevas foram relacionadas ao mal. Tal simbolismo foi incorporado aos dicionários de todas as linguas. Portanto, é precipitado atribuir conotação racial à expressão. Seria como considerar racista o personagemn Luke Skywalker de Guerra nas Estrelas ao referir ao "lado negro da força".

Um comentário:

regis-pereira.óleo/tela disse...

Olá tdo bemm? eu gostei bastante do seu blog, tem um conteúdo muito rico. parabens!! abrço.