domingo, 17 de outubro de 2010

Metal Progressivo

Banda Opeth (sueca)

O Rock Progressivo foi uma experiência ímpar no rock, por buscar a fusão com jazz, blues, da música erudita. Apesar de não ser destinada a um público muito amplo, algumas bandas fizeram muito sucesso, como o Genesis, o Pink Floyd, Yes, Rush etc. Convém ressaltar que o rock progressivo tem de ser avaliado no contexto dos anos 70, na sua origem na psicodelia dos anos 60. O punk é fenômeno dos anos 80, outro contexto, outra turma, outras questões.
Metal progressivo, também conhecido como prog metal, surgiu na segunda metade da década de 80. É uma versão pesada do rock progressivo, distingüido pelo uso de estruturas de composição complexas, linhas de tempo diferentes e outras características.

Banda Porcupine Tree (inglesa)

Algumas Bandas de Metal Progressivo
AUSTRIA - Deadsoul Tribe (Metal Progressivo)
CANADÁ (Ontário) - Do Make Say Think (Post-rock)
CHILE - Octopus (Rock Progressivo)
EUA (Florida) - Cynic (Death Metal Técnico)
EUA (Florida) - Death (Death Metal Técnico)
EUA (New York) - Dream Theater (Metal Progressivo)
EUA (Illinois) - Russian Circles (Post-rock)
FINLANDIA - Jeavestone (Rock Progressivo)
FINLANDIA - Taipuva Luotisuora (Rock Progressivo)
FINLANDIA - Uzva (Jazz-rock)
HOLANDA - The Gathering (Progressivo Death Metal)
HUNGRIA - After Crying (Rock Sinfonico)
INGLATERRA - Hawkwind (Rock Progressivo)
INGLATERRA - Marsupilami (Rock Progressivo)
INGLATERRA - Porcupine Tree (Rock Progressivo)
IRLANDA - Gos Is An Astronaut (Post-rock)
NORUEGA - The 3rd and the Mortal (Doom metal)
POLÔNIA - Riverside (Metal Progressivo)
SUÉCIA - Dark Tranquillity (Death Metal Melódico)
SUÉCIA - Diablo Swing Orchestra (Avant-garde Metal)
SUÉCIA - Opeth (Progressivo Death Metal)
SUÉCIA - Pain of Salvation (Metal Progressivo)



domingo, 10 de outubro de 2010

Loft

Um loft (palavra que significa "depósito" ou "sótão" em inglês), é um tipo de apartamento criado a partir da compartimentação de um grande espaço coberto, sem divisórias (como um galpão ou armazém).

[editar] História
Os lofts têm projetos arquitetônicos inspirados no estilo de morar que nasceu em Nova York na década de 1970. Lá, velhos galpões e armazéns de edifícios foram reformados para servir de moradia para profissionais liberais, artistas, publicitários e executivos. Os lofts de Nova York eram conhecidos por não terem paredes dividindo os ambientes, pelos mezaninos de madeira ou ferro e seus grandes elevadores de carga, além de pés-direitos altos e grandes janelas.











sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Humanismo


Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como primordiais, numa escala de importância. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à ética, dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior. Desde o século XIX, o humanismo tem sido associado ao anti-clericalismo herdado dos filósofos Iluministas do século XVIII. O termo abrange religiões não teístas organizadas, o humanismo secular e uma postura de vida humanista.
Ética é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se do Moralismo, pois enquanto este se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos; a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.

Vertentes

O humanismo marxista é baseado nos manuscritos da juventude de Marx, onde ele crítica o idealismo Hegeliano que coloca o ser humano como um ser espiritual, uma autoconsciência. Para Marx o ser humano é antes de tudo um ser natural, diferente de todos os outros seres naturais, possui uma característica que lhe é particular, a consciência, que se manifesta como saber.

Os humanistas seculares, como o nome indica, são mais racionalistas e empiristas e menos espirituais; são geralmente associados a cientistas e acadêmicos, embora a filosofia não se limite a esses grupos. Têm preocupação com a ética e afirmam a dignidade do ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o racionalismo. São ateus ou agnósticos. Cerca de 54% dos Universalistas Unitários baseiam suas crenças no humanismo.

Os humanistas religiosos acham que o humanismo secular é friamente lógico demais e são mais espirituais, alguns chegando a ser deístas. São ocasionalmente associados a artistas e cristãos liberais.

O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo. O antropocentrismo era a idéia de o homem ser o centro do pensamento filosófico, ao contrário do teocentrismo, a idéia de "Deus no centro do pensamento filosófico. o antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural.

O humanismo positivista comtiano afirma o ser humano e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda e coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa, ou seja, a Religião da Humanidade, que propõe a substituição moral, filosófica, política e epistemológica das entidades supranaturais (os "deuses" ou as "entidades" abstratas da metafísica) pela concepção de "Humanidade". Além disso, afirma a historicidade do ser humano e a necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou seja, que o perceba como afetivo, racional e prático ao mesmo tempo.

O humanismo logosófico propõe ao ser humano a realização de um processo de evolução que o leve a superar suas qualidades até alcançar a excelência de sua condição humana. González Pecotche afirmava que o humanismo logosófico "parte do próprio ser sensível e pensante, que busca consumar dentro de si o processo evolutivo que toda a humanidade deve seguir. Sua realização nesse sentido haverá, depois, de fazer dele um exemplo real daquilo que cada integrante da grande família humana pode alcançar".

Millennium


OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES
Harriet Vanger desapareceu 36 anos atrás sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist, que não está em um bom momento de sua vida, enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista se junta a Lisbeth Salander, uma investigadora particular nada usual, incontrolável e anti social, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar.


A MENINA QUE BRINCAVA COM FOGO
Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), publisher da revista Millennium, fez carreira expondo a corrupção das autoridades da suecas. Quando uma jovem jornalista se aproxima dele com uma detalhada apuração em um caso de tráfico sexual, Blomkvist imediatamente mergulha na investigação.


A RAINHA DO CASTELO DE AR
Enquanto Lisbeth Salander se recupera no hospital, uma unidade secreta dentro da polícia está tentando desesperadamente apagar qualquer coisa que possa identificá-los e tentando colocar Lisbeth de volta ao hospital psiquiátrico, acusada de matar o seu pai.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pequenas Igrejas Grandes Negócios


A cada dia que passa um grande mercado vem crescendo no Brasil: as igrejas evangélicas. E ao contrário do que se pensa não é necessário muita coisa para fundá-las, motivo pelo qual só no Rio de Janeiro na década de 90 segundo pesquisa do ISER (Instituro Superior de Estudo da Religião) a conclusão foi de que a cada semana surgem 5 novas igrejas. Ou seja, se levarmos em conta que os dias úteis da semana são 5, podemos dizer que surge uma nova igreja por dia no estado do Rio de Janeiro.

Há pouco tempo, o jornal carioca Balcão, especializado em classificados de todo tipo – ali vende-se varas de pesca, violoncelos, apartamentos, coleção de gibis do Homem-Aranha e tudo o que se possa imaginar –, publicou um anúncio suspeitíssimo. Anunciava-se a oferta de uma igreja evangélica, equipada com som e móveis e que tinha “cerca de 200 membros”, que talvez jamais imaginassem virar objeto de uma transação do gênero.


Para se abrir uma igreja, não é necessário muita coisa”, explica. “Junta-se uma diretoria composta por oito pessoas; depois convoca-se uma reunião para emitir a ata de fundação. A partir daí, basta elaborar o estatuto e registrá-lo no cartório”, ensina. Com este registro, é possível solicitar o cartão do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, o CNPJ, o que pode ser feito até pela internet.

Segundo Rubens, todo o processo é baratíssimo. “Se o próprio interessado quiser fazer tudo, vai desembolsar cerca de R$ 250. Caso prefira contratar um contador, o gasto fica entre 600 e mil reais.” Isso, claro, se o empreendedor não preferir fazer tudo clandestinamente e atuar ao arrepio da lei. Especialista no assunto – ele é autor do livro Legislação para igrejas e entidades sem fins lucrativos, editado pela CPAD –, Rubens Moraes admite que não há como exercer controle sobre quem resolve criar uma igreja. “A lei permite a abertura por qualquer pessoa, mas não pode avaliar os interesses e a seriedade de cada um. Isso abre oportunidades para os aventureiros.” Ele conta que foi procurado recentemente por uma empresária que decidiu colocar uma igreja em seu nome. “Ela construiu, com o seu dinheiro, a comunidade. Apesar de não ser pastora nem nada, ela tem direito de tornar-se presidente da obra.”

Quanto a preparação do pastor isso é o que menos importa pois já existem cursos para formação de pastores a distância por internet ou correspondência em apenas 6 meses. Isso quando o pastor sabe ler, pois espantosamente existem igrejas principalmente na periferia e nos grandes subúrbios do país em que o líder religioso é semi-analfabeto.

O que achamos irônico é que tais pessoas ainda se arrogam de serem juizes dos demais membros de outras religiões dizendo quem vai ou não para o inferno.

Temos notado em certas pesquisas também que a maioria dos pastores fundadores de tais igrejas são desempregados com parca qualificação e com isso buscam uma oportunidade de negócios, e para isso como exposto acima não são necessários grandes conhecimentos, basta apenas saber mexer com o emocional e a credulidade alheia de um povo já tão desesperado e necessitado que crê no primeiro charlatão que se apresentar como tábua de salvação.

Dicas de como então se montar uma igreja:

- Arrume a garagem de sua casa ou da de algum amigo. Coloque nela algumas cadeiras.

- Compre parcelado um amplificador, afinal de contas o volume máximo acima dos decibéis permitidos pela lei deve ser a marca registrada da mesma para poder se chamar os novos fiéis.

- Pegue títulos alheios até mesmo as denominações cristãs e se auto-intitule Bispo, ou Pastor ou Presbítero de sua igreja. Caso questionem sua sucessão, diga que recebeu por inspiração divina este título em uma noite que estava orando em um morro qualquer. Porém denomine-o de monte. Fica mais poético e bíblico.

- Por falar em bíblico, tenha uma Bíblia velha em mãos. Não precisa ter estudado toda ela, pois a aparência da mesma dará a entender as pessoas que você é um estudioso das escrituras.

- Prometa milagres que não poderão ser comprovados pela lei. Assim ninguém poderá te processar.

- Estipule os 10% do dízimo que deverão ser pagos em mãos ou na sua conta bancária e que o mesmo será para Jesus, mas o mesmo não poderá ser doado a nenhuma família carente ou instituição de caridade, pois senão o seu dinheiro não será abençoado e você não receberá mais a benção de Deus.

- Esqueça as doutrinas bíblicas. Crie a sua própria doutrina. Quanto mais rigorosa, mas as pessoas irão querer te seguir pois o verão como um discípulo direto de Jesus tal como Paulo de Tarso se dizia ser.

- Após isso seja criativo e escolha um nome bem chamativo e original. Não se esqueça por mais humilde que seja o estabelecimento, colocar algo bem pomposo após o nome como por exemplo: Sede Mundial.

domingo, 3 de outubro de 2010

O Secularismo Europeu

A Europa que construiu o cristianismo e serviu de plataforma para a expansão global da fé cristã, é hoje, paradoxalmente, um continente de igrejas vazias. Nas imponentes catedrais há mais turistas admirados com a arquitetura do que fervor religioso.




Apenas dois de cada dez católicos comparecem com regularidade à missa na Europa Ocidental. No Leste Europeu são 14%. Nos anos 60, quando Joseph Ratzinger, atual Bento XVI, chegou a Roma para assessorar os cardeais nas discussões do Concílio Vaticano II, oito de cada dez crianças nascidas em lares católicos na França recebiam o batismo. Hoje, só uma em duas. A debandada do rebanho é sentida com intensidade até nos países cuja maioria católica é avassaladora, como a Espanha (90% dos jovens espanhóis jamais vão à missa) e a Itália (só um em cada quatro católicos vai à igreja). Na Alemanha, terra natal do novo pontífice, o comparecimento à missa é de reles 15%.

Em vários países faltam padres por causa da queda no número de seminaristas. Em 2004, menos de noventa padres foram ordenados na França. Na Alemanha, há 9.000 sacerdotes para 13.000 paróquias. De exportadora de missionários com a palavra de Cristo, a Europa agora recruta padres na África e na Ásia. Só na Alemanha há 1 400 padres africanos e asiáticos atuando em suas paróquias. Os teólogos debatem há anos as causas da debandada do rebanho europeu – mas não há, por enquanto, uma resposta que sirva a todas as perguntas. As pesquisas demonstram que não se trata apenas de um surto de ateísmo. Também não é certo falar em crise de espiritualidade. Apesar de escassas nos bancos das igrejas, multidões se lançam em peregrinações a Santiago de Compostela, na Espanha, ao Santuário de Fátima, em Portugal, ou vão a Roma com a esperança de ver o papa. "Na Europa, o interesse na Igreja Católica diminuiu porque, cada vez mais, as pessoas encaram a fé religiosa como algo individual e privado, que dispensa a intermediação de uma instituição", disse a VEJA o teólogo alemão Christian Schmidtmann. Segundo ele, em lugar de aceitar como verdadeira uma única linhagem religiosa, os europeus atuais constroem verdadeiras "religiões de retalhos", costuradas apenas com os elementos que lhes interessam, descartando o resto.

O fenômeno é claramente europeu e se deve, em parte, ao fato de a Europa ser o berço do racionalismo. Com o avanço da ciência e do acesso à educação para uma parcela maior da população, as pessoas passaram a encontrar na razão respostas para questões que antes só a religião podia oferecer. Na África, o número de católicos triplicou nos últimos 25 anos. Na Ásia, quase dobrou. Na América Latina, a religião continua confortavelmente majoritária, apesar do assédio pentecostal.

A idéia defendida por teólogos liberais é a de que o rigor do papa em temas morais – como o veto ao uso de preservativos, ao aborto, ao sacerdócio feminino e ao casamento homossexual – estava na contramão da vida moderna e, com isso, afugentava os fiéis.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Implosão Demográfica na Alemanha

Apesar de todas as medidas do governo de incentivo aos nascimentos, a população da Alemanha continua encolhendo. De acordo com o Departamento Federal de Estatistica, no ano passado houve uma queda de 3,6% no número de nascimentos, passando para 651 mil. Como o número de óbitos foi 190 mil maior do que o número de nascimentos , a população alemã encolheu de novo, passando para menos de 82 milhões.
As previsões para o futuro da maior economia da Europa são sombrias. No ano de 2050, a população da Alemanha deverá ser de apenas 66 milhões. Já na França, o segundo maior pais da União Européia, onde a taxa de natalidade é quase duas vezes mais alta, a população atual, que é de 64 milhões de habitantes, deverá subir para 66 milhões.
A redução do número de nascimentos surpreendeu os politicos. Há poucos anos, o governo lançou um pacote de incentivo às familias. Além do “salário criança”, de 120 euros mensais por cada criança, até atingir a maioridade, o governo lançou o “salário dos pais”, com o pagamento de 67% do salário para a mãe que fique em casa cuidando do bebê no seu primeiro ano de vida. Se é o pai que fica em casa, o pagamento é prolongado por mais três meses. Em 2013, entrará em vigor a garantia do governo de vaga no jardim da infância para todas as crianças entre três e seis anos de idade.
Ao contrário dos cálculos do governo, porém, de incentivar sobretudo mulheres acadêmicas a ter mais filhos, foram atrás da ajuda do governo os casais que já queriam ter filhos mesmo sem a ajuda.
Há várias explicações para a falta de interesse das mulheres alemãs em ter filhos. A principal é a falta de infraestrutura. Apenas no leste (antiga Alemanha Oriental), há creches e escolas de dois turnos. No ocidente, apenas uma minoria das crianças têm acesso ao jardim da infância, não há creches suficientes e a escola funciona apenas durante a manhã.
De acordo com os especialistas, a população vai encolher mais nas áreas rurais. Já hoje há o problema das aldeias que estão ficando abandonadas. Mas os analistas vêem com preocupação também a falta de mão de obra. A população economicamente ativa diminuirá em 30% nos próximos anos.
Os pesquisadores afirmam que o único meio de evitar esse cenário sombrio é o incentivo da imigração.

Quanto mais religioso, mais pobre o país

Quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país, diz pesquisa
Hélio Schwartsman

Quanto mais religiosos são os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. Essa é a conclusão de uma pesquisa Gallup feita em 114 nações e divulgada no último dia 31 que mostra uma correlação forte entre o grau de religiosidade da população e a renda "per capita".

Correlação, vale lembrar, é um conceito traiçoeiro. Quando duas variáveis estão correlacionadas, tanto é possível que qualquer uma delas seja a causa da outra como também que ambas sejam efeitos de outros fatores.

Desde o século 19, a sociologia tem preferido apostar na tese de que a pobreza facilita a expansão da religião. "Em geral, as religiões ajudam seus adeptos a lidar com a pobreza, explicam e justificam sua posição social, oferecem esperança, satisfação emocional e soluções mágicas para enfrentar problemas imediatos do cotidiano", diz Ricardo Mariano, da PUC-RS.

"As religiões de salvação prometem ainda compensações para os sofrimentos e insuficiências desta vida no outro mundo", acrescenta.

O sociólogo, porém, lembra que há outros fatores: "A restrição à liberdade religiosa, ideologias secularistas e o ateísmo estatal dos países socialistas contribuíram para a baixa importância que sua população atribui à religião, como ocorre na Estônia, campeã nesta matéria, e na própria Rússia".

Já na Europa Ocidental, diz Mariano, "modernização, laicização do Estado e relativismo cultural erodiram bastante a religiosidade".

A grande exceção à regra são os EUA. Com uma das maiores rendas "per capita" do planeta, 65% dos norte-americanos atribuem importância à religião em sua vida diária. Tal índice é bem superior à média dos países mais ricos, que é de 47%.

Sem descartar um papel para as explicações sociológicas mais tradicionais, que chama de "fator ópio do povo", Daniel Sottomaior, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) aventa algumas hipóteses na direção contrária, isto é, de que a religião é causa da pobreza. "Ela promove o fatalismo e o deus-dará", diz.

Em certos lugares, notadamente alguns países islâmicos, ela desestimula a educação e impede a adoção do pensamento científico.

Além disso, afirma Sottomaior, "a religião não apenas não gera valor como sequestra bens, dinheiro e mentes que deixam de ser empregados em atividades econômicas e de desenvolvimento".

RELIGIOSOS

Para religiosos ouvidos pela Folha, é a riqueza que pode reduzir o pendor das pessoas à religiosidade.

Segundo o padre jesuíta Eduardo Henriques, "a abertura a Deus é inversamente proporcional à segurança oferecida pela estabilidade econômico-financeira, com exceções, é claro. Espiritualmente falando, os pobres tornam-se sinais mais eloquentes de que ninguém, pobre ou rico, basta a si mesmo. Por isso Jesus chamou os pobres de bem-aventurados".

Já para o pastor batista Adriano Trajano, a pesquisa mostra que quanto maior for o estado de pobreza e pouco desenvolvimento econômico no país, "maior será a busca por subterfúgios sobrenaturais, pois a religião tem esse poder de transportar o necessitado a um mundo de cordas divinas". "Que a religião desempenha um papel importante nas sociedades, não há dúvida, resta saber até que ponto esse papel favorece a vida?", pergunta.

O teólogo adventista Marcos Noleto é mais radical: "Há uma incompatibilidade da fé prática com a riqueza. Assim como dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço, na mente do homem não há lugar para duas afeições totais. Veja que Deus escolheu um carpinteiro e não um banqueiro para ser o pai de Jesus".

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