quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Nômade de Nova York

Domingo é dia de mudança para o americano Edward Casabian. Ele faz as suas malas e se muda para a casa de um amigo, um colega ou um completo desconhecido. Toda semana, desde maio de 2010, ele se hospeda em um novo lar, com uma nova pessoa, em uma vizinhança diferente. E tudo isso dentro da cidade onde mora e trabalha: Nova York

Você ainda mantém uma casa em algum lugar?
Eu não tenho mais um lar fixo e sinto falta daquela sensação boa de chegar em casa depois de um tempo longe. Mas eu amo viajar e acho que essa é a melhor forma de conhecer pessoas e lugares novos.

Como seu corpo e sua mente reagem diante do fato de você não ter um lar fixo?
Bem, eu raramente fico doente, então acredito que meu corpo não se incomode muito com a minha rotina. Minha mente é muito ativa, por causa de todas as pessoas e lugares novos que eu conheço constantemente. Acho que aconteceu uma ou duas vezes de acordar sem saber onde estava, mas isso realmente não me incomoda. Eu tenho a habilidade de dormir muito bem em qualquer lugar mesmo sem travesseiro! Eu não carrego um porque ele ocupa muito espaço na bagagem.

Tudo de que você precisa cabe dentro de uma mala?
Eu tenho duas mochilas e uma mala de rodinhas. Nelas cabem mais coisas do que você pode imaginar e eu consigo carregar tudo comigo no metrô. Tenho 1 terno, 5 ou 6pares de sapato e roupas para cerca de 2 semanas. Trago sempre também meu Macbook Air, meu Kindle e meu iPhone. Eu também costumava levar comigo uma raquete de tênis, mas, como eu não jogava nunca, acabei abandonando-a pelo caminho.

Essa experiência mostrou que a gente não precisa de tanta coisa para viver?
Exatamente. Nós vivemos numa sociedade extremamente consumista, em especial aqui, nos EUA. Eu me tornei muito mais consciente em relação às coisas que compro. A tecnologia também me permite ter menos coisas. Por exemplo, meu Kindle é a minha biblioteca e o iPhone serve como mapa, bloco de notas e agenda telefônica, entre outras coisas. Acho que esse projeto seria inviável sem um smartphone. Algumas vezes, sinto falta de ter mais roupas, mas eu sempre posso doar alguma coisa e conseguir uma peça em troca.

Qual foi a experiência mais inusitada pela qual você já passou na sua vida nômade?
Eu não sei se há alguma história que se destaca, mas as pessoas sempre se espantam quando eu digo que já morei em um apartamento de apenas um cômodo com uma pessoa desconhecida. Não é o mais confortável, mas você realmente consegue conhecer alguém com toda essa convivência. Eu também já acampei no quintal da casa de um amigo no Brooklyn. Foi uma experiência bem diferente.

De acordo com a sua experiência, as pessoas vivem deformas diferentes ou a vida doméstica é parecida?
As pessoas vivem de formas absolutamente distintas. Algumas são organizadas, outras são bagunceiras. Eu tento ser o melhor hóspede que o meu anfitrião já teve. Isso significa levá-lo para jantar em algum lugar legal e, claro, prestar atenção em seus horáriose respeitá-los sempre.

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