sábado, 14 de agosto de 2010

Em Busca do Tempo Perdido


Escrito pelo francês Marcel Proust no início do século 20, Em Busca do Tempo Perdido é considerado um dos romances mais decisivos, influentes e poderosos e poderosos da literatura ocidental. Mesmo com tamanho prestígio entre o seleto grupo dos clássicos, o calhamaço de cerca de 3 mil páginas divididas em sete livros assusta a maioria das pessoas. Não deveria. Ao criar 25 personagens principais, Proust almejava um objetivo suntuoso: escrever sobre a relação do homem com sua memória. Seria impossível conseguir destrinchar um tema tão complexo em apenas algumas centenas de páginas. Além disso, diferentemente do que muita gente pensa, Em Busca do Tempo Perdido não é uma obra difícil de ler.

Acostumado a ler um livro por semana, o leitor Alvaro Mendes levou seis meses lendo a obra de Proust e avalia: "poderia ter encurtado esse tempo para a metade. Mas era delicioso para em alguns momentos e ficar apenas pensando no que tinha acabado de ler".

Quando terminou de ler mesma obra, o irlandês Samuel Becket, autor de Esperando Godot, disse algo semelhante. Ele assumiu que de fato se tratava de uma tarefa cansativa, mas não por causa das milhares de páginas: "A fadiga que se sente é a fadiga do coração, uma fadiga de sanque". Becket repetiu o que a maioria dos leitores relatam quando terminam esse livro. Em Busca do Tempo Perdido exige mesmo disciplina e empenho, mas vale a pena pela experiência intelectual que a obra proporciona.

O papel da memória é central no romance. Quando a avó do narrador morre, a sua agonia é retratada como um lento desfazer; em particular, as suas memórias parecem ir-se evaporando dela, até já nada restar. No último volume, O Tempo Reencontrado, o autor utiliza uma analepse, e faz com que o narrador recue no tempo das suas memórias, em episódios desencadeados por recordações de cheiros, sons, paisagens ou mesmo sensações tácteis.

Outros temas importantes nesta obra são a homossexualidade, a doença física e a crueldade.
Os sete volumes que constituem a obra são:

1.Du côté de chez Swann (No caminho de Swann 1913)
2.À l'ombre des jeunes filles en fleurs (À sombra das raparigas em flor, 1919, recebeu o prémio Goncourt desse ano)
3.le Côté de Guermantes (O caminho de Guermantes, publicado em 2 volumes de 1920 e 1921)
4.Sodome et Gomorrhe (Sodoma e Gomorra, publicado em 2 volumes em 1921-1922)
5.la Prisonnière (A prisioneira, publicado postumamente em 1923)
6.Albertine disparue (A Fugitiva - Albertine desaparecida, publicado postumamente em 1927) (título original: La Fugitive)
7.le Temps retrouvé (O tempo reencontrado, publicado postumamente em 1927)

Chateau Gabriel
O costureiro francês Yves Saint Laurent adaptou os interiores do Chateau Gabriel - uma mansão na Normandia - inspirando sua decoração na obra de Marcel Proust.
























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