A meio caminho entre Johannesburgo e a Cidade do Cabo, a 210 km de Bloemfontein, um experimento social gera admiração e polêmica. Bem-vindo a Orania, uma comunidade de cerca de mil habitantes descendentes de colonizadores holandeses que chegaram à Africa do Sul no século 17, os bôeres. Suas ruas calmas, casinhas com terraço, plantações de trigo e crianças loirinhas a brincar dão o ar de uma utopia branca em pleno continente negro. O Rio Orange, ali perto, é ótimo para canoagem e as redondezas montanhosas convidam para o trekking.
Orania, fundado em 1991, tem sua bandeira, sua moeda, o ora e seu status de região autônoma garantidos pela Constituição sul-africana."Volta do Apartheid", "Racismo", atacam os críticos, lembrando que ali só podem morar bôeres (nenhum negro portanto). "Preservação cultural", respondem seus milhares de defensores, muitos na Europa contribuindo financeiramente com a comunidade. E não são apenas brancos os que torcem por Orania. O próprio presidente sul-africano, Jacob Zuma, um zulu, já elogiou o modelo economicamente sustentável do local.
2 comentários:
Muito interessante esta idéia. Eu concordo que todo povo merece um lugar para chamar de seu: deveria ser este um direito básico. As diversas nações sem estado poderiam se espelhar neste modelo, afim de preservarem a sua cultura.
Eu concordo que todo o povo merece um lugar para chamar de seu, por¬ém, não concordo que o direito a frequentar, ou até mesmo viver num sitio seja feito com base em uma discriminação racial, etnica ou mesmo ideológica, tornando-se assim um modelo mais sufisticado de apartheid, facto este que prova mais uma vez, o principio Boer de superioridade racial ou etnica.
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