Na heráldica, a figura de animais sempre foi usada para representar locais, povoa e casas reais, assim a Inglaterra é simbolizada pelo Leão Rampante; a Escócia pelo Unicórnio; Áustria e Rússia por uma Águia Bicéfala etc.
O Brasil através de Pedro I adotou como animal representativo o Dragão. Em 1826 o imperador cria uma condecoração a que dará o seu nome, a "Ordem de D. Pedro I, Fundador do Império do Brasil" em cuja insígnia figura um dragão de ouro, olhando para a esquerda, com asas semi-abertas, levando sobre o peito um escudete de verde com as letras P.I em negro. Mas não é tudo. A observação dos minuciosos retratos a óleo dos imperadores D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1831-1889) em trajes de coroação, de autoria do pintor Pedro Américo, existentes no Museu Imperial de Petrópolis mostra-nos ser o dragão dourado um símbolo estatal brasileiro: Remata o gigantesco cetro imperial; destaca-se no espaldar do trono e distingui-se entre os bordados do manto imperial.
No próprio frontão da fachada principal deste Museu, outrora um Palácio Imperial de Verão, figura o brasão imperial protegido por dois dragões. Não tendo a república brasileira conservado o dragão entre os símbolos da soberania nacional poderá dizer-se que pelo menos até a sua proclamação, em 1889, foi o animal fabuloso, adotado meio milênio antes por D. João I de Portugal, e no entanto esquecido nas terras portuguesas.
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