sábado, 3 de dezembro de 2016

Brasil 2016

Quando paro para pensar no que poderia ser feito, para vivermos melhor, não perco as esperanças, mas desanimo. Há um problema gravíssimo em todas as nossas inst...ituições, que não nasceu hoje, mas que tampouco parece estar por acabar: as pessoas são ensinadas a serem felizes sozinhas, a buscarem o sucesso exclusivamente individual. Não adianta uma professora falar sobre solidariedade, justiça e cidadania, se tudo isso não for uma prática dela e da própria escola. De alguma forma, as virtudes são ensinadas para incutir culpa, raramente para enaltecer um projeto de satisfação coletiva. Faculdades de todos os cursos fazem o mesmo. Depois, quando os alunos se formam, não adianta esperar que sejam cidadãos solidários, pois não é para isso que são preparados. Precisamos experimentar a ideia de justiça, de colaboração, de acolhimento, alteridade e empatia, como práticas mais valiosas do que as vantagens individuais. O que criticamos, geralmente é o que replicamos. Como professores, devemos levar para toda a comunidade a verdade de um projeto coletivo de viver bem. Diariamente, faz-se o oposto. Depois a sociedade vai reclamar do egoísmo. Em nosso pais, o que professores e outras lideranças têm transmitido como valores supremos? Poder de compra e de conquistas pessoais. Quando observamos isso, percebemos que não há "inversão de valores", porque com raríssimas exceções, as pessoas reproduzem o que lhe são ensinadas. Difícil mudar isso, mas, no nosso dia a dia, com micro revoluções, podemos fazer a nossa parte.
Rogerio Monteiro Barbosa

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