sexta-feira, 4 de março de 2011

O Poder da Dança

Uma das minhas maiores frustrações é não conseguir dançar como meus amigos. Em festas com público eu sou uma porta, híper-travado. Não movo um músculo, embora internamente minha vontade é dar um show.
Eu só consigo dançar em uma única situação: trancado em casa, de janelas fechadas e preferencialmente à noite com as luzes apagadas. Nesses momentos, eu ouço musicas e consigo liberar os movimentos. Esses momentos me dão uma profunda sensação de bem estar.


Expressão corporal

Platão e Sócrates, filósofos gregos consideraram que a dança é uma atividade que forma o cidadão por completo , onde promoveria saúde ao corpo, ponto de reflexão estética e filosófica, no que a fez destacar-se na educação grega, eles não acreditavam que o corpo era separado do espírito e acreditava que a dança equilibrava e lhe trazia o conhecimento e a sabedoria.

Confere-se que a dançaterapia (ou dança expressiva) é resultado de uma terapia onde tem na dança um meio de superação, que cria um conhecimento maior de seu próprio corpo e os seus limites, é uma terapia que deixam os movimentos fluírem livremente, sem obedecer a regras específicas como as demais danças , seu critério é a improvisação, objetiva a obtenção do prazer em simbiose com a música ou com o silencio.

No trabalho corporal, os movimentos ficam a critério da vontade do aluno, sendo primordial que expresse neste movimento que realizar seus sentimentos, sinta a música e se deixe envolver por ela; fazendo-se uma interpretação individual dos sons que estiver ouvindo, como o canto dos pássaros, o barulho de uma cachoeira (caso a aula seja ao ar livre) , o tumulto dos carros etc

A dança aplicada terapeuticamente, desígna que o aprendente, coloque para fora o que está internalizado, suas habilidades, em um trabalho corporal de mente e alma, no “sentido de essência da vida”.

É uma atividade lúdica e terapeutica que traz bem estar, causando melhoras no corpo e na mente e estimula as individualidades. E a esses aprendizados adquire-se uma consciência corporal, reeducação de postura e respiratória, melhora a coordenação psicomotora, adaptações e ganho de autonomia dos gestos diários.




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Calvin & Haroldo

Calvin and Hobbes (Calvin e Haroldo no Brasil) é uma série de tiras criada, escrita e ilustrada pelo autor norte-americano Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 18 de novembro de 1985 e 31 de dezembro de 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA.
Calvin é um garoto intenso e hiperativo de seis anos de idade cheio de personalidade, que tem como companheiro Hobbes, um tigre sábio e sardônico, que para ele está tão vivo como um amigo verdadeiro, mas para os outros não é mais que um tigre de pelúcia. De acordo com algumas visões, as fantasias mirabolantes de Calvin constituem frequentemente uma fuga à cruel realidade do mundo moderno para a personagem e uma oportunidade de explorar a natureza humana para Bill Watterson.
Ao fim de dez anos de publicação, os fãs consideram Calvin & Hobbes uma obra prima pela sua visão única do mundo, pela imaginação do protagonista e pelas situações insólitas que se estabelecem.

Crescendo
Culpa


E Dai ?


Evolução


Existência


Fuga


História


Liberdade


O intelectual


Oportunidades


Principios


Sentido da Vida


Natal


Fim
Considerada na blogosfera a tirinha mais triste do mundo. Remete ao fim da imaginação, hiperatividade e intensidade do personagem Calvin, simbolizada pelas pílulas (Ritalina) que o Calvin passa a tomar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um estrangeiro em Sao Paulo



A primeira vez que fui a São Paulo em 2006, foi meio que obrigado. Pouca gente vai a São Paulo espontaneamente, quase todo visitante vai cumprir algum compromisso, sem nenhum interesse pela cidade, era o meu caso. Tinha que assistir a um seminário da minha área acadêmica no Shopping Frei Caneca e cumprir o roteiro de palestras inscritas nos três dias de duração, só restou me aventurar pela cidade de pedra nos horários vagos.
No próprio seminário começa a minha PRIMEIRA decepção. Tinha mais caráter de evento comercial do que intelectual. Os temas abordados eram até insignificantes embora distribuisse "títulos" para os palestrantes. Procurei no próprio hotel (também na Frei Caneca) informações sobre a cidade e me foi dado um folheto oficial com a sugestão de vários passeios e atrações.

Meu primeiro passeio foi na Av Paulista, bem perto do hotel. A Avenida foi minha SEGUNDA decepção, um corredor de palitos de concreto cinzento de arquitetura pobre e banal, sem nenhuma construção digna de nota. Pode impressionar o interiorano de Ribeirão Preto, Londrina e Cuiabá, mas são apenas prédios banais para quem tenha um pouco mais de cosmopolitismo. Restou visitar o Masp, um museu formado por um nordestino radicado no Rio (Assis Chateubriand) para levar um pouco de civilização àquela cidade, então provinciana. Foi a minha TERCEIRA decepção, o museu estava fechado porque não tinha dinheiro para pagar a conta de luz !!!!

No dia seguinte, após as palestras do seminário na manhã peguei o metrô para almoçar no Centrão e visitar a Luz e a Liberdade. Minha impressão sobre as estações do metro paulistano foi favorável, embora tivesse um ar claustrofóbico, escuro e abafado, muito diferente do ambiente claro e amplo das estações cariocas com trens refrigerados.

Soltei na estação da Sé, e tive a minha QUARTA decepção, uma visão digna do inferno de Dante: um batalhão de mendigos vivia na principal praça da cidade !! Alguns estavam com roupas íntimas, cuecas e soutians, outros discutiam e gritavam e havia fezes humanas pela praça !! Ainda chocado, olhei rapidamente para a fachada da catedral da cidade e registrei a minha QUINTA decepção. A igreja da Sé era nada mais do que um pastiche imitando mal e porcamente o gótico, estilo anterior até mesmo da descoberta do Brasil. Valor histórico e cultural Zero.

Desisti de entrar na igreja pedi e informação sobre a direção do bairro japonês.
A Liberdade foi a minha SEXTA decepção, era um bairro mais nordestino do que japonês, cheio de lojinhas de quinquilharias falsificadas e contrabandeadas made in china.

Voltei frustrado ao hotel e à noite fui de taxi ao Bixiga comer uma suposta pizza "legítima" com duas colegas participantes do seminário, uma brasiliense e uma catarinense, que estavam hospedadas no mesmo hotel.
Foi a minha OITAVA decepção. A cantina era famosa, indicada pelo próprio hotel. Mas a pizza era ordinária, não muito diferente das pizzas vendidas em qualquer padaria do Brasil, e ainda tinha sachês de ketchup na mesa. Após comentar fotos de Veneza e Milão na decoração da cantina, foi que minha colega catarinense revelou que a italianada paulista era originária do sul da Itália, uma região que até os anos 60 tinha índices africanos de desenvolvimento. Inclusive a Santa da Igreja de Achiropita - bem perto da cantina - era também a padroeira da máfia calabresa !! Fechou o jantar com a frase: "o italiano paulista é um calabrês que pensa que é milanês".

No dia seguinte novamente palestras de manhã e tarde livre. Voltei ao Centrão para tirar a má-impressão, mas as decepções continuaram. A NONA decepção foi almoçar no Mercadão, localizado num entorno com prédios podres e pixados. Me indicaram um sanduíche de mortadela, um embutido indigesto e ordinário em qualquer lugar do planeta, mas que é considerado chique em São Paulo. A gororoba me provocou uma azia que durou o resto da tarde.
Peguei um táxi até a Luz, outra região caindo aos pedaços ao lado da Cracolândia, para visitar o recém inaugurado Museu da Língua Portuguesa e foi a minha DÉCIMA decepção. O Museu não era um Museu !!! Era um logro audiovisual parecido com o programa Fantástico da Globo. Ralo e Raso é pouco. Se quer saber sobre a língua portuguesa: Não perca seu tempo com o pseudo museu, vá ler qualquer livro que é muito mais proveitoso.

Sei que não conheci nem 1% da cidade, mas se os passeios recomendados pelos guias oficiais de turismo são tão decepcionantes, eu não quero nem pensar no que eles deixaram de dar evidencia. O que vi foi suficiente para não ter nenhuma vontade de voltar.

Ps. Depois de 2006 voltei outras vezes a São Paulo para visitar queridos amigos)..

domingo, 9 de janeiro de 2011

Tendência à Distração




TENDÊNCIA À DISTRAÇÃO – Identificação e gerência do distúrbio de atenção (DDA) da infância à idade adulta
Hallowell & Ratey

- Síndrome neurológica caracterizada por certa facilidade para a distração e ao aborrecimento, uma tendência maior do que a média das pessoas a dizer ou a fazer o que quer que viesse a mente (impulsividade) e uma predileção por situações de grande intensidade.
- A síndrome de deficit de atenção na verdade apresenta um rótulo imperfeito pois na verdade é uma síndrome de inconstância de atenção. A maioria das pessoas que têm DDA é capaz de uma hiperconcentração da atenção. A hiperatividade pode estar presente ou não, na verdade, muitas crianças e adultos com DDA são um tanto sonhadores e calmos.
- Trata-se de uma síndrome distinta que requer uma investigação e tratamento. Quando não tratada , leva milhões de adultos e crianças a ser mal compreendidos e a se afligir sem nessecidade, ou mesmo a se sentir incapacitados.
- Quando se compreende tudo o que essa síndrome abrange, começa-se a vê-la em toda parte. Pessoas que você costumava considerar desorganizadas, maníacas, agitadas ou criativas, mas imprevisíveis, que você sabe que poderiam realizar mais se simplesmente pudessem concatear as coisas, que parecem desnorteadas na escola e em suas vidas profissionais, que chegaram ao topo mas continuam a se sentir agitadas ou perturbadas- essas podem ser pessoas que de fato têm distúrbio do deficit de atenção. Você pode mesmo reconhecer alguns dos sintomas em seu próprio comportamento. A melhor maneira de compreender o que é e o que não é DDA consiste em ver como esse distúrbio afeta a vida das pessoas. O diagnóstico de DDA não se baseia na simples presença dos sintomas, mas em sua gravidade e duração, e em extensão interferem na vida cotidiana. É muito comum que as pessoas com DDA se automediquem com álcool, maconha ou cocaína. Problemas de linguagem podem ocorrer de diferentes formas. Problemas receptivos de linguagem podem afetar tanto o que você capta como você expressa. Problemas expressivos de linguagem tanto o que a gente é capaz de escrever ou falar ou como o que é capaz de conceituar no cérebro.
- As pessoas com DDA são muito agradáveis, mas costumam escolher os caminhos mais difícieis. Podem ser extremamente irritantes, mas também podem ser simpáticos, intuitivos, solidários numa intensidade pouco comum, como se naquele emaranhado circuito cerebral houvesse uma capacidade especial de ver o interior das pessoas e das situações. Pessoas com DDA têm dificuldade em fazer uma coisa de cada vez. Os sintomas oficiais do DDA são inatenção, impulsividade e, ás vezes, mas nem sempre, hiperatividade ou excesso de energia. Essas pessoas não param quietas. São pessoas com alta energia, voltadas para a ação, sempre direto no assunto, “tenho-de-correr”. Têm vários projetos simultaneos, estão sempre seguindo em terreno pedregoso. Empurram as coisas com a barriga e têm dificuldade em concluir. Seu humor pode ser bastante instavel, com altos e baixos repentinos sem razão aparente. Podem ser irritadiças, até mesmo coléricas, especialmente quando interrompidas ou quando passam uma transição. Suas lembranças são cheias de lacunas. Têm devaneios frequentes. Adoram situações que envolvam estimulos fortes, ação e novidade. Inúmeros adultos com DDA adoram pilhas, pequenas e bagunçadas, grandes e bagunçadas, pilhas por toda a parte. São como um subproduto da atividade cerebral. Esse tipo de problema pode se manifestar no trabalho e também pode interferir em relacionamentos íntimos.

SINOPSE DO TRATAMENTO DO DDA
1) DIAGNOSE: O primeiro passo do tratamento é fazer o diagnóstico, que frequentemente acarreta um alívio considerável à medida que o individuo se sente assim: “Finalmente há um nome para isso!” A terapia começa aí.
2) EDUCAÇÃO: Quanto mais a pessoa aprende sobre DDA, mais eficiente se torna a terapia. Um conhecimento completo permite que você compreenda melhor onde afeta a sua vida e o que fazer a respeito. Também possibilita que você cumpra a etapa de explicá-lo a outras pessoas.
3) ESTRUTURAÇÃO: A estrutura se refere aos limites externos e ao controle de que as pessoas com DDA precisam com tanta urgencia. Ferramentas práticas e concretas, como listas, lembretes, sistemas de arquivos simples, cadernos de anotações, metas, planejamento do dia e coisas desse gênero podem reduzir bastante o caos interior de alguém com DDA, aumentando a proditividade e o senso de controle da pessoa.
4) COACHING TÉCNICO OU TREINAMENTO E/OU PSICOTERAPIA: A pessoa com DDA tirará grande proveito se contra com um instrutor, alguém jogando nas laterais com um apito no pescoço, soprando palavras de encorajamento, instruções e lembretes e, em geral, ajudando a manter as tarefas em dia.
5) MEDICAÇÃO: Existem vários medicamentos que podem ajudar a corrigir muitos dos sintomas do DDA, sendo o mais comum a Ritalina. O remédio funciona como um par de óculos, ajudando os individuos a concentrar a sua atenção. Também pode ajudar a reduzir a sensação de turbilhão interior e a ansiedade, tão comuns em pessoas com DDA. O remédio atua corrigindo o desequilibrio químico nos neurotransmissores, que no caso do DDA, ocorre em partes do cerebro responsáveis pela regulação da atenção, controle dos impulsos e do humor. Embora não seja a resposta para o problema, o medicamento pode proporcionar um alívio profundo e é bastante seguro quando usado de maneira apropriada.


DDA EM ADULTOS
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS SUGERIDOS PARA O DDA EM ADULTOS
A. UMA PERTURBAÇÃO CRÔNICA EM QUE PELO MENOS QUINZE ENTRE AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS ESTEJAM PRESENTES:
1.Uma sensação de baixo rendimento, de não atingir as próprias metas (independente do quanto a pessoa de fato realize). “Simplesmente não consigo me realizar”
2. Dificuldade em organizar-se. As pequenas coisas odem “amontoar-se”, criando enormes obstáculos.
3. Adiamento crônico do início de tarefas.
4. Muitos projetos tocados simultaneamente, dificuldade em levá-los adiante.
5. Tendência a dizer o que vem a mente, sem considerar o momento e a conveniência do comentário.
6. Busca frequente por forte estimulação.
7. Intolerância ao tédio.
8. Facilidade para distrair-se, problema de concentracão, tendência a se desligar ou ficar à deriva no meio de uma página ou diálogo, às vezes acompanhados de uma capacidade de hiperconcentração. A pessoa próxima percebe que ela não está ali.
9. Frequentemente criativo, intuitivo e muito inteligente.
10. Dificuldade de seguir caminhos preestabelecidos, em proceder de forma “apropriada”.
11. Impaciência. Baixa tolerância a frustração.
12. Impulsivo, verbalmente e nas ações – como gastar dinheiro impulsivamente, mudar de planos, fazer modificações em projetos profissionais.
13. Tendência a uma preocupação desnecessária e sem fim.
14. Sensação de insegurança.
15. Humor oscilante, lábil, sobretudo quando desvinculado de uma pessoa ou projeto. Essas variações não são tão acentuadas como as que se apresentam na depressão ou transtorno bipolar.
16.Inquietude. “Energia nervosa”
17. Tendência a comportamento aditivo ou viciado. Droga, álcool, maconha, cocaína; alguma atividade como: jogos, compras, comida ou trabalho.
18.Problemas crônicos de auto-estima.
19. Auto observação imprecisa.
20. Histórico familiar de DDA,transtorno bipolar, depressão, uso de substâncias, transtornos de impulsos.

B. HISTÓRICO DE DDA NA INFÂNCIA (pode não ter sido diagnósticado, mas os sinais e sintomas certamente estavam na infância).
C. SITUAÇÃO NÃO EXPLICADA POR OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA OU PSIQUIÁTRICA.

Esses critérios baseiam-se na experiência clínica e enfatizam toda gama de sintomas associados ao DDA em adultos.
Paul Wender propõe um outro conjunto de critérios para o diagnóstico de DDA em adultos, utilizados por muitos pesquisadores nessa area. Esses critérios se concentram nos sintomas nucleares do DDA sem entrar em sintomas associados, ou achados, como o uso abusivo de substâncias ou história familiar. Nos referimos a esses critérios como “Critérios de Utah”.
1) História de DDA na infância com deficits de atenção e hiperatividade motora, junto com pelo menos uma das características a seguir: problemas de comportamento na escola, impulsividade, excitabilidade excessive e explosões de temperamento.
2) História, quando adulto, de problemas persistentes de atenção e hiperatividade motora associada a dois dos cinco seguintes sintomas: labilidade afetiva, temperamento esquentado, intolerância ao estresse, desorganização e impulsividade.

Seja qual for o diagnóstico tomado como referência, enfatizamos a import6ancia de a pessoa não se autodiagnosticar. É essencial que haja a avaliação de um medico para que se possam excluir outras possibilidades diagnósticas.
Não se tem uma definição concise para o DDA, em vez disso, temos que nos basear nas descrições dos sintomas que o definem. Essas definições, com frequência, concentram-se numa parte ou outra da síndrome, hipervalorizando este ou aquele aspecto. Quando nos concentramos em uma das partes da síndrome, arriscamo-nos a subestimar outra parte bem diferente. Se nos concentrarmos na desatenção, por exemplo, podemos esquecer o fato de que a maior parte das pessoas com DDA pode ter às vezes momentos de hiperconcentração. Ou, se nos concentrarmos na hiperatividade, podemos estar deixando de lado as muitas pessoas com DDA que são sossegadas e vivem em devaneios. É difícil recuar e ver que todos esses vários aspectos fazem parte de um todo maior. A nomenclatura diagnóstica formal reconhece apenas dois subtipos de DDA: com hiperatividade e sem hiperatividade. Alguns subtipos da prática clínica incluem: DDA sem hiperatividade, DDA com ansiedade, DDA com depressão, DDA com outros distúrbios da aprendizagem, DDa com agitação ou mania, DDA com abuso de substâncias, DDA na pessoa criativa, DDA com comportamento de alto risco, DDA com estados dissociativos, DDA com características de personalidade limítrofe, DDA com características de personalidade antisocial e DDA com distúrbio obsessivo compulsivo.
Em razão de muitos sintomas secundários do DDA se desenvolverem com o tempo, tais subtipos se aplicam principalmente ao DDA observado em adultos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Gran Torino

Clint Eastwood põe o dedo em quatro feridas

São muitos os temas de “Gran Torino”, o mais recente filme de Clint Eastwood. O primeiro, e mais evidente, como observaram alguns críticos, é o retrato da América pintado nas telas. Walt Kowalski, o personagem de Clint, ex-operário da Ford, residente numa área deteriorada de Detroit, ocupada por imigrantes e gangues, evoca um tempo, superado, de glórias – a da pujança da indústria automobilística e do próprio país.

O magnífico modelo Gran Torino 1972, que Kowalski cuida com zelo, como se fosse um filho, é a imagem explícita dessa América que não existe mais. Para não deixar dúvidas do que quer dizer, Clint ainda apresenta o filho de Kowalski como um bem-sucedido vendedor de carros… japoneses.

Outro tema importante em “Gran Torino” é o da conversão do próprio Clint Eastwood. Como também já apontaram outros críticos, o filme é uma espécie de revisão da fase truculenta do ator e cineasta, cujo ápice foram os filmes da série “Dirty Harry”, em que protagonizou um justiceiro implacável. Kowalski herdou de Harry a truculência, o jeitão racista e grosseiro, mas agora está em busca de redenção, paz e descanso.

Um terceiro tema, já tratado em “Cartas de Iwo Jima” (2006), é o da difícil relação da cultura americana com o mundo estrangeiro. Tanto no filme construído a partir das cartas de soldados japoneses, quanto neste, cujo núcleo central é formado por um grupo de imigrantes orientais, Clint parece se esforçar em amainar o provincianismo dominante na América.

Por fim, um quarto tema de “Gran Torino”, que me interessou especialmente, é o da velhice. Clint já afirmou que este é o último filme em que participará como ator – o que dá ao trabalho um tom de comovente despedida.

Alquebrado, mas sem perder a lucidez, o personagem Kowalski olha com desdém para os jovens de sua família, e enxerga neles apenas pessoas sem modos e sem afeto, além de gananciosas, de olho em seus poucos bens. É uma visão amarga, por um lado, mas compensada pela capacidade que o velho mostrará ao longo da história de abrir o seu coração para o que não conhece. Mesmo que soe piegas, é um grande lição do filme. Impossível não se emocionar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Intestino - O Segundo Cérebro

Essa idéia surgiu quando se descobriu que o intestino representava muito mais do que um órgão responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos da alimentação. O que discutiremos agora são as outras funções que o intestino tem e as conseqüências que um intestino não-saudável pode acarretar.
Cerca de 80% do nosso sistema imunológico reside no intestino. Isso decorre do fato dele representar a maior área de contato do nosso corpo com o ambiente externo, e, assim, necessita de uma maior proteção contra as possíveis ameaças externas. São por volta 7 metros de comprimento, mas sua área absortiva chega ao equivalente a uma quadra de tênis devido às vilosidades e microvilosidades intestinais (pregas na mucosa intestinal).
Existe uma vasta rede de neurônios no intestino, denominado sistema nervoso entérico, onde ocorre a produção de vários hormônios e neurotrasmissores com atuação local no trato gastrintestinal e também interação com o sistema nervoso central (SNC - cérebro e medula espinhal).
Um bom exemplo é o caso da serotonina, conhecida como o hormônio do bem-estar, da alegria, formada a partir do aminoácido triptofano obtido através da alimentação. Parte dela é produzida na glândula pineal no SNC, mas a maior parte da sua produção (90%) ocorre no intestino. Ela é produzida quando o bolo alimentar entra em contato com o intestino, isso porque é ela a responsável por estimular as contrações no intestino que são responsáveis pela motilidade do bolo alimentar ao longo desse órgão.
Entretanto, a serotonina produzida no intestino tem também ações a nível cerebral. Isso pode ser verificado, por exemplo, em pessoas que tem constipação intestinal crônica (prisão de ventre), as quais, por esse motivo, não têm uma boa produção de serotonina e apresentam maior irritabilidade, propensão a depressão, e, no caso das mulheres, exacerbação dos sintomas da TPM.
A serotonina é a precursora da melatonina, outro hormônio, o qual é o antioxidante mais potente do corpo humano, responsável por reparar os danos causados pelo stress e ação dos radicais livres. A melatonina é produzida durante o sono profundo, e, por isso, não dormir a quantidade necessária de horas ou ter um sono leve não recupera o corpo e acelera o processo de envelhecimento. Porém, para que a melatonina seja produzida é necessário que haja quantidade suficiente dos seus precursores, e para isso, é necessário ingestão suficiente de triptofano para formar a serotonina e bom funcionamento intestinal, para que a serotonina seja produzida adequadamente.
A manutenção da flora intestinal saudável é outro ponto crucial. Para garantir seu equilíbrio, deve-se consumir alimentos que favorecem o crescimento das bactérias desejáveis (principalmente fibras solúveis - aveia, cenoura, polpa da maçã, etc), consumir alimentos com as próprias bactérias “boas” como kefir, tofú, iogurtes, e evitar os que favorecem o desenvolvimento da bactérias patogênicas (excesso de doces, açúcar, farinhas refinadas). Outras atitudes que podem auxiliar o bom funcionamento intestinal são: ingestão hídrica adequada, necessária para hidratação das fibras e aumento do volume do bolo fecal, controle da ingestão de gorduras

Fonte:http://www.bancodesaude.com.br

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Brokeback Mountain


Por mais que aceitemos os gays, eles sempre foram uma fonte de Angústia, pois atrapalham nosso sossego, nossa identidade "clara".
Já o gay sério inquieta. O gay banqueiro, o gay médico, o gay de terno, o gay forte, o gay caubói são muito próximos de nós, a diferença fica mínima.
Por isso, eu não queria ver o tal filme dos caubóis.
Como? Caubói de mãos dadas, dando beijos romanticos, com tristes rostos diante do impossível? Não. Eu, não. Mas, aí, por falta de programa, "distraidamente"... fui ver o filme.
O filme não me pedia aprovação alguma para o homossexualismo, o filme não demandava minha solidariedade. Não.Trata-se de um filme sobre o imperio profundo do desejo e não uma narração simpática de um amor "desviante".
O filme se impõe assustadoramente! Os caubóis jovens e fortes se amam com um tesão incontido e são tomados por uma paixão que poucas vezes vi num filme, hétero ou não. Foi preciso um chinês culto para fazer isso. Americano não aguentava. Nem europeu, que ia ficar filosofando.
"Brokeback" é imperioso, realista, sem frescuras. Nao há no filme nada de gay, no sentido alegre, ou paródico ou humorístico do termo. Ninguém está ali para curtir uma boa perversão.
Não. Trata-se de um filme de violento e poderoso amor. É dos mais emocionantes relatos de uma profunda entrega entre dois seres, homos ou héteros. Acaba em tragédia, claro, mas não são "vitimas da sociedade". Não. Viveram acima de nos todos porq viveram um amor corajoso e profundo.
Há qualquer coisa de épico na historia, muito mais que romantica. Há um heroismo épico, grego, como entre Aquiles e Pátroclo da "Iliada",algo desse nível.
O filme não é importante pela forma, linguagem ou coisa assim. Não. Ele é muito bom por ser uma reflexão sobre a fome q nos move para os outros, sobre a pulsação pura de uma animalidade dominante, que há muito tempo não vemos no cinema e na literatura, nesses tempos de sexo de mercado e de amorezinhos narcisistas.
Merece os Oscars que ganhou.