terça-feira, 21 de julho de 2009

Mark Knopfler

Longe da superestrutura que compunha o Dire Straits, o escocês Mark Knopfler em seus trabalhos solos, tenta demonstrar algo mais pessoal e descomprometido, uma tendência seguida desde seus primeiros discos (”Golden Heart”, “The Ragpicker’s Dream” e “Sailing to Philadelfia”).
Como um bom scottish whisky envelhecido em tonéis de carvalho o velho escocês de Glasgow tornou-se mais encorpado, refinado, intimista, suave e maduro. Até o visual “tiozão” com faixinha na cabeça foi felizmente descartado. Agora o violão de aço é o principal instrumento – a peculiar guitarra de Knopfler continua, porém com menos destaque – e todas as composições foram pensadas a partir dele. A sonoridade recebeu bastante contribuição do som sulista norte-americano e da influência britânica, representada principalmente pelo folk, e pela música escocesa e irlandesa. Além do violão marcante e da guitarra como mais um instrumento, temos uma boa cozinha com batera, baixo e órgão (esses 2 últimos valorizando timbres vintages; ponto positivo) em concordância com a proposta.
As letras também refletem a fase citada acima: a maioria das canções são fruto da observação cotidiana de Mark sobre (em sua maioria) fatos corriqueiros ou relatos que reflitam certa nostalgia. É certo que em alguns momentos tal melancolia deixa o trabalho com “pegada insuficiente”, mas o todo é bem resolvido e até autêntico. No geral, Mark Knopfler agrada pelas boas referências e pela faceta meio caipira, mas passando muito longe do clichê.






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