sábado, 6 de março de 2010

Nietzsche e a Moral


A moral para Nietzsche é uma invenção dos fracos, que inverteram o sentido de bom e virtuoso para favorecer o ascético, o que nega o corpo em favor da alma, e que portanto nega a vida. Nietzsche é favorável aos homens guerreiros, fortes, que com apenas uma inflexão afastam de si todas as culpas anteriores e toda a mesquinhez moral.

Nietzsche negava qualquer fundamentação metafísica da moral. A moral é uma criação humana, imposta pelo "Dragão dos valores", aquele que diz "Tu deves" quando o indivíduo diz "Eu quero".

Nietzche constata que toda cultura de sua época - na verdade, da história ocidental - está investida de uma determinada moralidade e de uma determinada concepção filosófica sobre a realidade. Observa que ambas nos induzem a considerar a própria existência como uma imperfeição, como algo de que devemos descartar.

A moralidade aparece a nós de uma forma tão impositiva que criticá-la parece desrespeito. A moral, "Circe dos filósofos", não se apresenta apenas como incontestável . Ela seduz, ora atemorizando( o desaparecimento de uma determinada moral leva à insegurança e à anarquia, ameaçando a estabilidade do ser humano), ora promtendo ( promessa de vida melhor, e até mesmo, de uma vida perfeita). Sê moral e serás melhor, serás feliz!

Segundo Nietzche, uma combinação de promessa, ameaça, imposição e valorização da moral nos tem impedido de formular as perguntas que realmente nos interessam. Além disso, a ignorância a respeito da origem da moral torna ainda mais difícil formular certas questões.

Já que a moral não tem uma raiz transcendente e nossos juízos sobre o certo e errado expressam necessidades da nossa vida pulsional e instintiva, Nietzche reexamina nosso sistema de juízos e categorias morais. Concluindo que os tipos de forças que estão cristalizadas nas categorias morais, são aquelas que, ao invés de promover a afirmação da vida, sustentam sua negação. Portanto, Nietzche pretende a criação de uma nova tábua de valores morais, de acordo com a nossa condiçao natural e finitude.

O filósofo matador de Deus, transmutador dos valores e profeta do super homem, não apenas idealizou, mas de certa forma concebeu a priori o que seria a sociedade contemporânea, um século após a sua morte, pois como o mesmo afirmou, "sou um filósofo póstumo". Portanto, se ainda cem anos depois, ainda comparecem aqueles que não são nada mais que rebanho para criticá-lo, então voltemos no tempo e quebremos nossos grilhões. A verdade veio a tona, o mundo não acabou, criso não veio, deus não salvou os pobres, o anarquista se projeta socialmente melhor que o legalista ou moralista, e assim por diante.

os espíritos livres, diversamente, os filósofos do futuro, soltam gargalhadas a palavra que chamam "moral" e dançam feito Dionísio, ou seja afirmando a jovialidade e a vida, e não a velhice e a morte. Eis o cabresto do povo, este chamam de moral.

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