A colossal Crise Bancária mundial revelou ao mundo a cegueira e inconsequência da politica e cultura de metas tão em voga nas grandes empresas empresas e corporações. A fixação de metas específicas e isoladas simplesmente "ocultou" dos administradores a realidade das empresas.Foram exigidos dos executivos dos conglomerados financeiros a expansão de suas carteiras de crédito. Pois então tais metas foram plenamente atingidas e seus administradores tiveram sua competência reconhecida e foram bonificados pelo seu sucesso. O que a cegueira das metas não previu foram as consequências desastrosas dessa cultura administrativa: quem tomou crédito não tinha solvência para honrá-los e deu no que deu.
O pior é que essa cultura cega de metas foi absorvida pelas empresas nacionais, com resultados bastante questionáveis, tendo em vista que os instrumentos de verificação são falhos. Exemplo: Um grande Banco nacional para cumprir uma meta de redução de inadimplência de cartões de crédito, lançou mão de apelações como debitar os valores das contas correntes de seus clientes, sem qualquer tipo aviso ou autorização. Metas atendidas e gerentes parabenizados, o que a política de metas não relacionou foi a enchurrada de processos judiciais que o Banco sofreu devido ao abuso gerando prejuízos que superam em muito os benefícios contábeis das metas, sem falar na negligência e danos desastrosos sobre a preservação da imagem da corporação.
Outro exemplo foram as metas de redução de custos sobre o acompanhamento dos processos judiciais. Criou-se uma central para subsidiar as defesas do Banco nas demandas judiciais. Ocorre que o nível de qualificação da central é apenas trivial, para não dizer desastroso. Para piorar ainda romperam os contratos com os experientes escritórios terceirizados locais e celebrou-se com apenas um único escritório que não tem condições de abranger todas as comarcas judiciais em que o Banco atua. É como se a direção geral do Banco tivesse desistido de se defender, admitindo que será condenado em todos os processos. Novamente, metas de redução de custos cumpridas, mas com consequências INCALCULÁVEIS.
O temerário é que essas técnicas e modismos de resultados acabam por contaminar os processos administrativos das corporações, pois são os "cumpridores de metas" que terminarão sendo alçados por mérito sic aos cargos de direção das empresas, quando na realidade a empresa teria sua sobrevivência melhor garantida se estivesse sendo gerida por administradores mais sábios e previdentes.
texto de Glauco Vivas
Nenhum comentário:
Postar um comentário