quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Intestino - O Segundo Cérebro

Essa idéia surgiu quando se descobriu que o intestino representava muito mais do que um órgão responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos da alimentação. O que discutiremos agora são as outras funções que o intestino tem e as conseqüências que um intestino não-saudável pode acarretar.
Cerca de 80% do nosso sistema imunológico reside no intestino. Isso decorre do fato dele representar a maior área de contato do nosso corpo com o ambiente externo, e, assim, necessita de uma maior proteção contra as possíveis ameaças externas. São por volta 7 metros de comprimento, mas sua área absortiva chega ao equivalente a uma quadra de tênis devido às vilosidades e microvilosidades intestinais (pregas na mucosa intestinal).
Existe uma vasta rede de neurônios no intestino, denominado sistema nervoso entérico, onde ocorre a produção de vários hormônios e neurotrasmissores com atuação local no trato gastrintestinal e também interação com o sistema nervoso central (SNC - cérebro e medula espinhal).
Um bom exemplo é o caso da serotonina, conhecida como o hormônio do bem-estar, da alegria, formada a partir do aminoácido triptofano obtido através da alimentação. Parte dela é produzida na glândula pineal no SNC, mas a maior parte da sua produção (90%) ocorre no intestino. Ela é produzida quando o bolo alimentar entra em contato com o intestino, isso porque é ela a responsável por estimular as contrações no intestino que são responsáveis pela motilidade do bolo alimentar ao longo desse órgão.
Entretanto, a serotonina produzida no intestino tem também ações a nível cerebral. Isso pode ser verificado, por exemplo, em pessoas que tem constipação intestinal crônica (prisão de ventre), as quais, por esse motivo, não têm uma boa produção de serotonina e apresentam maior irritabilidade, propensão a depressão, e, no caso das mulheres, exacerbação dos sintomas da TPM.
A serotonina é a precursora da melatonina, outro hormônio, o qual é o antioxidante mais potente do corpo humano, responsável por reparar os danos causados pelo stress e ação dos radicais livres. A melatonina é produzida durante o sono profundo, e, por isso, não dormir a quantidade necessária de horas ou ter um sono leve não recupera o corpo e acelera o processo de envelhecimento. Porém, para que a melatonina seja produzida é necessário que haja quantidade suficiente dos seus precursores, e para isso, é necessário ingestão suficiente de triptofano para formar a serotonina e bom funcionamento intestinal, para que a serotonina seja produzida adequadamente.
A manutenção da flora intestinal saudável é outro ponto crucial. Para garantir seu equilíbrio, deve-se consumir alimentos que favorecem o crescimento das bactérias desejáveis (principalmente fibras solúveis - aveia, cenoura, polpa da maçã, etc), consumir alimentos com as próprias bactérias “boas” como kefir, tofú, iogurtes, e evitar os que favorecem o desenvolvimento da bactérias patogênicas (excesso de doces, açúcar, farinhas refinadas). Outras atitudes que podem auxiliar o bom funcionamento intestinal são: ingestão hídrica adequada, necessária para hidratação das fibras e aumento do volume do bolo fecal, controle da ingestão de gorduras

Fonte:http://www.bancodesaude.com.br

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Brokeback Mountain


Por mais que aceitemos os gays, eles sempre foram uma fonte de Angústia, pois atrapalham nosso sossego, nossa identidade "clara".
Já o gay sério inquieta. O gay banqueiro, o gay médico, o gay de terno, o gay forte, o gay caubói são muito próximos de nós, a diferença fica mínima.
Por isso, eu não queria ver o tal filme dos caubóis.
Como? Caubói de mãos dadas, dando beijos romanticos, com tristes rostos diante do impossível? Não. Eu, não. Mas, aí, por falta de programa, "distraidamente"... fui ver o filme.
O filme não me pedia aprovação alguma para o homossexualismo, o filme não demandava minha solidariedade. Não.Trata-se de um filme sobre o imperio profundo do desejo e não uma narração simpática de um amor "desviante".
O filme se impõe assustadoramente! Os caubóis jovens e fortes se amam com um tesão incontido e são tomados por uma paixão que poucas vezes vi num filme, hétero ou não. Foi preciso um chinês culto para fazer isso. Americano não aguentava. Nem europeu, que ia ficar filosofando.
"Brokeback" é imperioso, realista, sem frescuras. Nao há no filme nada de gay, no sentido alegre, ou paródico ou humorístico do termo. Ninguém está ali para curtir uma boa perversão.
Não. Trata-se de um filme de violento e poderoso amor. É dos mais emocionantes relatos de uma profunda entrega entre dois seres, homos ou héteros. Acaba em tragédia, claro, mas não são "vitimas da sociedade". Não. Viveram acima de nos todos porq viveram um amor corajoso e profundo.
Há qualquer coisa de épico na historia, muito mais que romantica. Há um heroismo épico, grego, como entre Aquiles e Pátroclo da "Iliada",algo desse nível.
O filme não é importante pela forma, linguagem ou coisa assim. Não. Ele é muito bom por ser uma reflexão sobre a fome q nos move para os outros, sobre a pulsação pura de uma animalidade dominante, que há muito tempo não vemos no cinema e na literatura, nesses tempos de sexo de mercado e de amorezinhos narcisistas.
Merece os Oscars que ganhou.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Submarino - Thomas Vinterberg

BERLIM: Lars Von Trier ficou com a fama, mas o primeiro diretor a filmar segundo as regras naturalísticas do Dogma 95 foi Thomas Vinterberg, co-criador do movimento. Infelizmente, seus filmes posteriores não mantiveram o alto nível de “Festa de Família”, sua estreia em 1998. Até este “Submarino”, que foi recebido por parte da crítica como uma volta à forma.

O drama sombrio, baseado num romance aclamado de Jonas T. Bengtsson, filmado em 16 milímetros e com uma coloração azulada de fundo do mar, acompanha dois irmãos que sucumbiram à dissolução familiar e ao ambiente de miséria em que foram criados.

O filme começa com o choro de um bebê, assistido por duas crianças, enquanto a mãe procura uma garrafa de vermute. O trauma da morte do irmão menor, logo no início, marca a trajetória dos protagonistas (De novo, após Anticristo a morte da crianca volta a assombrar o cinema dinamarques e seus monges do Dogma.). Negligenciados por uma mãe alcoólatra e abusiva, tornam-se adultos problemáticos, com poucas chances de redenção. E é apropriadamente a morte da mãe que acaba por reuni-los após 20 anos de separação.

O mais velho, Nick, é agora um alcoólatra amargurado, violento, lacônico, de temperamento difícil, todo coberto de tatuagens e recém-libertado da prisão, que vive num abrigo e se relaciona com uma sem-teto que perdeu a guarda dos filhos. Os primeiros 45 minutos de projeção são dedicados a ele.

Mas logo conhecemos o mais novo, um jovem drogado de olhar vazio como um zumbi, que aparentemente nem sequer tem um nome. Ele é sempre referido como “o irmão de Nick” ou “o pai de Martin”. Tornou-se um pai solteiro após um acidente de carro, três anos atrás, matar sua esposa, e agora precisa equilibrar o vício com a responsabilidade de cuidar de uma criança pequena.

O roteiro é inteligente em materializar pontes visuais entre as histórias paralelas e ao aliviar ocasionalmente o tom miserável, que poderia se tornar sufocante, com intersecções cômicas – mesmo que tragicômicas.

Outro detalhe significativo é que a passagem entre a vida desgraçada de um irmão para a outra não é sincronizada. Os segmentos não se interligam cronologicamente. A opção estrutural é mais um modo de reforçar a falta de conexões entre os dois em suas vidas adultas. Cada qual tem seu inferno particular para arder durante o resto de sua existência.

Apenas por um breve momento o filme consegue aproximá-los, numa cena significativa, que enseja a possibilidade de futuro melhor para o pequeno Martin. Vinterberg quis, ao fim de todo o sofrimento, mostrar que existe esperança.

Em entrevista no Festival de Berlim, o cineasta admite que é seu filme mais "escandinavo" - talvez por isso, Submarino tenha recebido o prêmio principal da Academia Escandinava de Cinema. "Existem elementos, se é que se pode dizer, de Shakespeare em Festa de Família. O rei morto, rei está nu, a família dividida de Rei Lear, a indagação existencial de Hamlet. Tudo isso é verdade, mesmo que pareça muito pretensioso, mas sou filho de um intelectual e ele me criou na admiração dos clássicos. Bengstsson e Submarino são mais embasados na realidade da Dinamarca, da Escandinávia. Uma história de queda e redenção, de ascese, como aquelas que (Carl Theodor) Dreyer gostava de contar."

Ele reconhece que Submarino deve muito aos atores e não poupa elogios a Jakob Cedergren e Peter Plaugborg. "Eles foram fundo na investigação de personagens que são difíceis. A ideia aqui é ir fundo na vulnerabilidade e no sofrimento. É como se fosse necessário perder a cascas para renascer."

O diretor reflete agora sobre o que parece óbvio. "O Dogma morreu, é página virada, mas para nós todos foi muito importante. Surgimos como um grupo, uma geração cheia de ideias, querendo marcar o cinema. Se tentássemos fazê-lo individualmente, talvez não tivéssemos conseguido. Cada um seguiu seu caminho, está tendo de assumir seus limites. Mas ainda nos relacionamos. Lars, Suzanne Bier, eu. O problema é a novíssima geração do cinema dinamarquês, os órfãos do Dogma. Acho que eles enfrentam a pior crise da história do cinema no país."













domingo, 7 de novembro de 2010

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah,terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo.....
- Cinco anos...que pena...acabou....
- é...não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas
que se somam.
Às vezes voce não consegue nem dar cem por cento de você para você
mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para voce e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o "papai & mamãe" mais
básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...se não
bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas
se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice versa.
Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Muitas vezes voce vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração...
Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se
culpar...
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dinheiro & Felicidade

Receita para ser feliz mesmo com pouco dinheiro
Estudo de universidades americanas diz que o bem-estar depende de como gastamos o que temos e dá oito dicas para o consumidor


Se você não está feliz com seu dinheiro, provavelmente é porque não sabe gastá-lo. A provocativa afirmação é tema de um recente estudo realizado pelas Universidades de Harvard, Virginia e British Columbia, nos Estados Unidos, que procurou traçar as ligações entre consumo e felicidade. Segundo a pesquisa, o conceito de bem-estar não está relacionado com o tamanho de nossa riqueza, mas sim com a forma como gastamos o que temos. “O dinheiro nos deixa alegres quando pensamos nele, mas nem tanto quando o usamos. E isso não deveria acontecer”, afirma a professora de psicologia Elizabeth Dunn, da British Columbia, responsável pelo trabalho. A compra imediata impulsiva de bens e serviços é apontada pela pesquisadora como uma das principais causas da insatisfação dos consumidores atuais. “Muitas pessoas esquecem ou não sabem que planejar, antecipar e desejar são fatores essenciais para a felicidade”, explica. Analisando o comportamento de compradores de várias partes do mundo, a psicóloga americana e sua equipe listaram oito dicas que podem ajudar você a ser mais feliz com seu dinheiro.


1 - Comprar experiências e não coisas
O instrutor de artes marciais Alexei Caio, 35 anos, não tem tevê de plasma, computador de última geração nem móveis sofisticados. Mesmo assim, se considera uma pessoa plenamente feliz. “Prefiro gastar meu dinheiro em viagens do que com bens materiais”, declara. Todos os anos, Caio embarca em aventuras pela América Latina, fazendo caminhadas e conhecendo novos lugares. “Experiências proporcionam prazer em dobro, pois nos fazem felizes enquanto vivemos e, depois, quando recordamos”, diz a professora Elizabeth Dunn, da British Columbia. Investir em cursos, viagens, jantares e programas de lazer são boas maneiras de encontrar a satisfação pessoal. Além disso, experiências, mais do que coisas, podem ser divididas com outras pessoas, uma fonte comprovada de felicidade.

2 - Gastar com os outros e não apenas com você
Tudo o que fazemos para estreitar nossas relações pessoais aumenta a felicidade. E isso inclui gastar dinheiro. Segundo o estudo, doar valores ou objetos ativa áreas do cérebro relacionadas à recompensa. Ou seja, comprar presentes para as pessoas que você ama, fazer caridade e ajudar familiares, se forem atos voluntários, aumentam o bem-estar.

3 - Investir em pequenos prazeres
Se você tem dinheiro para gastar, é melhor comprar vários pequenos prazeres do que torrar tudo numa única aquisição. De acordo com a pesquisa, quando adquirimos algo de grande valor, temos uma satisfação momentânea, que diminui com o tempo. Compras menores, porém mais frequentes, garantem bem-estar constante. A professora Mariane D’Ávila, 45 anos, aprendeu essa lição. “Já cheguei a comprar 12 pares de sapatos de uma vez. Dizia: ‘Não gasto nunca, então posso fazer extravagâncias’”, conta. Hoje Mariane trocou os impulsos consumistas por sessões de massagem semanais. “Descobri que a felicidade está muito mais relacionada à minha qualidade de vida do que às peças caras no meu armário”, diz.

4 - Comprar sem pensar em trocar
Como foi comprovado no estudo, a possibilidade de troca induz ao gasto por impulso, um dos principais motivos de insatisfação. “Quando não precisamos nos comprometer com uma aquisição, perdemos o interesse por ela. Aí, o outro vestido que deixamos na loja parece mais bonito do que o que trouxemos para casa”, exemplifica a pesquisadora Elizabeth.

5 - Pagar agora e usar depois
O princípio é o oposto da política praticada pelas companhias de cartão de crédito, que estimulam os consumidores a comprarem agora e pagarem depois. Segundo os pesquisadores, é mais feliz quem consegue fugir dos parcelamentos e honra as compras à vista. “Essa dica vale para uma economia em recessão como a dos Estados Unidos, mas não para o Brasil”, afirma Fábio Mariano Borges, professor de pós-graduação em ciências do consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Aqui a explosão do consumo da classe C se deve em grande parte à oferta de crédito, ou seja, ao parcelamento”, diz. O conselho de Borges para quem precisa financiar é colocar os gastos na ponta do lápis: “Não comprometa mais do que 20% de sua renda com o financiamento.”

6 - Planejar também o pós-compra
Segundo o estudo, a felicidade está nos detalhes. Por isso, precisamos considerar todos os aspectos de uma nova aquisição antes de confirmá-la. Expectativas muito altas em relação ao produto, por exemplo, podem levar à decepção. “Quando imaginamos como iremos incluir uma nova compra em nossa rotina, temos mais chances de tirarmos satisfação dela”, diz Elizabeth. Portanto, antes de pagar por um novo bem, temos que considerar quando vamos utilizá-lo e como.

7 - Não procurar apenas a melhor oferta
A pesquisa também sugere que, em muitos casos, economizar não significa garantia de felicidade. “Ao comparar só o preço, podemos descartar produtos que nos fariam felizes somente porque existem opções mais baratas”, afirma a pesquisadora Elizabeth. Segundo ela, é necessário considerar o preço sim, mas sem deixar de lado outras características, como durabilidade, praticidade e, claro, qualidade.

8 - Ouvir a opinião dos outros
Comprar algo apenas porque outras pessoas têm é um dos caminhos mais curtos para a infelicidade. No entanto, ouvir a opinião dos outros pode ajudar, e muito, na escolha daquilo que nos trará prazer. “Um observador atento é capaz de dizer que prato do restaurante nos fará mais felizes, apenas por identificar nossas reações ao ler o cardápio”, exemplifica a professora Elizabeth, da British Columbia. O professor Borges, da ESPM, concorda. Para ele, a internet facilita a vida do consumidor, pois disponibiliza críticas de outros compradores sobre qualquer tipo de bem ou serviço. “Consultar o julgamento alheio já é uma prática comum do cliente, porém, com o acesso cada vez maior à tecnologia, essa segunda opinião se torna mais procurada e legitimada”, diz.

Síndrome de Burn Out

Perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos.
O "burn out", termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.
A síndrome é bem mais que "mero" estado de estresse, não pode ser confundida.
Esse transtorno psíquico mescla esgotamento e desilusão. Pode ser desencadeado por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (International Stress Management Association), entidade que pesquisa o "burn out".
"A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alienando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares."
É a doença dos idealistas, diz Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora de psicologia da PUC-Campinas.
"O 'burn out' é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena."
O estresse, compara Lipp, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o "burn out" é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.
"Tem a ver com o valor depositado no trabalho", diz Lipp. "Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições pode estar sofrendo do transtorno."
O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo "burn out" pode sugerir depressão ou síndrome do pânico.
Médicos, professores e policiais são grupos de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.



DESMAIOS
O professor Cláudio Rodrigues, 43, entrou em combustão total por duas vezes. Começou como um estresse, que foi se acumulando ao longo de dez anos.
Ele lecionava 13 horas por dia numa escola da zona sul de São Paulo. E se frustrava com salas lotadas e alunos desinteressados, conta.
"Via um aluno meu entregando pizza junto com alguém que nunca tinha estudado. Eu me sentia impotente como professor". Deprimido, se manteve afastado das salas por dois anos. Em 2004, depois de receber acompanhamento psiquiátrico e tomar medicação, voltou. Em maio deste ano, recaiu.
"Nada tinha mudado na escola, estrutura péssima. Eu me sentia responsável por estar levando todos os alunos a um caminho sem futuro."
No meio de uma aula, o professor começou a suar e sentir o corpo ficar mole. Saiu e desmaiou na escada. Na semana seguinte, enquanto caminhava para o trabalho, desmaiou de novo. Está afastado desde então.
"Sinto uma insatisfação por ver que o meu trabalho não vale a pena", desabafa.
A vigia Lucimeire Stanco, 34, também passou um tempo licenciada por causa de "burn out". Em 2006, ela fazia a ronda noturna em um colégio da zona leste. Passava a noite só e por duas vezes teve que se esconder quando tentaram invadir o lugar.
"Sentia desânimo porque não me tiravam daquela situação. Me sentia rejeitada, vítima." Ela se tratou e se readaptou. Hoje, só trabalha de dia, e acompanhada de outros vigias.
Casos como esses são tratados com psicoterapia e antidepressivos mas, segundo Marilda Lipp, a medicação só combate os sintomas.
"A pessoa precisa reavaliar o papel do trabalho em sua vida, aprender a dizer não quando não tem condições de executar algo e reconhecer o próprio valor, mesmo que outros não o façam."


FACA NA GARGANTA
"Eu era infeliz e não sabia", afirma a empresária Amália Sina, 45. Hoje ela é a dona do negócio, mas há quatro anos, era a vice-presidente, na América Latina, de uma multinacional e responsável pelas atividades da empresa em 22 países.
"Dava aquela impressão de que o mundo girava em torno do trabalho, sempre com a faca na garganta", diz.
Para a empresária, o apoio que teve da família e a prática de exercícios a ajudaram a suportar as pressões. Até ela deixar a função executiva.
A empresária adotou a estratégia correta para prevenir um "burn out", segundo o psiquiatra Duílio de Camargo. "A pessoa chega a esse estado sem saber o que tem. Se não tiver acolhimento da família, o desconforto aumenta."
Na visão de Eugenio Mussak, fisiologista e professor de gestão de pessoas, as providências para prevenir essa patologia do trabalho devem partir tanto do sujeito quanto da empresa.
Segundo Mussak, todo mundo que trabalha bastante deve se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade seja o prazer, para compensar o clima estressante. E se o ambiente de trabalho puder criar um "estado de férias", melhor ainda.
"Chefes compreensivos, que valorizam o esforço e respeitam os limites de seus subordinados criam um ambiente menos favorável ao "burn out'", diz o professor.
Ele continua: "É preciso respeitar o limite entre o que é profissional e o que é pessoal, e a empresa deve estimular o trabalhador a respeitar esses limites também."

São Paulo - O apóstolo que deturpou o cristianismo


O mundo cristão não seria o mesmo sem a mensagem que São Paulo transmitiu ao Império Romano. Para conquistar fiéis, ele fez concessões que desagradaram aos discípulos de Jesus – e ainda despertam acirradas discussões entre pensadores e religiosos.

Estamos no ano 34 da era cristã. Passaram-se poucos anos desde a crucificação de Jesus. Sua mensagem espalhou-se rapidamente por toda a Palestina e seus discípulos eram implacavelmente perseguidos, principalmente pelos judeus. Os seguidores de Jesus são acusados de heresia e traição à Lei de Moisés. Em Jerusalém, um jovem judeu chamado Saulo faz verdadeiras atrocidades com os cristãos.

Nos tempos de estudante, Paulo presenciou uma situação que estaria na origem de sua “cristofobia”. Um dos alunos mais brilhantes era um jovem chamado Estêvão, um nazareno – nome dado aos que seguiam os ensinamentos de Cristo. Em uma discussão, Estêvão foi fiel a sua fé e declarou que Jesus era o messias: tal afirmação provocou a ira dos colegas, inclusive de Paulo. Pela blasfêmia, Estêvão foi levado diante do Sinédrio e condenado à morte por apedrejamento. Conforme o costume da época, as pessoas que iam apedrejar o condenado deveriam tirar suas próprias vestes e colocá-las aos pés de uma testemunha. No martírio de Estevão, a testemunha era Paulo. A partir desse episódio, Paulo, que já era um intransigente defensor da lei e dos costumes judaicos, viu nos seguidores de Cristo uma ameaça real à sua própria religião. Foi então que passou a cultivar um ódio crescente pelos nazarenos e tornou-se um implacável perseguidor dos membros dessa seita.

Depois de muito aterrorizar os cristãos de Jerusalém, decidiu agir na Síria. Foi quando aconteceu sua conversão no caminho de Damasco. Informado de que, a cada dia, cresce a comunidade cristã em Damasco, na Síria, pede e obtém do Sinédrio, o Supremo Tribunal da comunidade judaica de Jerusalém, cartas de recomendação aos rabinos daquela cidade, autorizando-os a caçar os hereges cristãos. Persegue-os furiosamente, invade suas casas e os manda para prisão. Acompanhado de alguns homens, percorre a cavalo os cerca de 200 quilômetros até Damasco. Depois de sete dias de viagem, sob um sol escaldante, consegue finalmente avistar as muralhas da cidade.

Mas, de repente, uma forte luz vinda do céu incide sobre ele e assusta seu cavalo, que o joga no chão. Naquele instante, o jovem judeu ouve uma voz que diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”

Paulo, então sob a condição e proteção de cidadão tornou-se um apóstolo do cristianismo no Império Romano, visitando várias cidades. Entrando inclusive em atrito com Pedro e Lucas. O termo apóstolo, no sentido de evangelizador, é freqüentemente usado para se referir a São Paulo. Não há evidências históricas, entretanto, de que ele tenha conhecido Jesus Cristo.

O historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em cristianismo e judaísmo antigos, concorda: “O cristianismo, tal como existe hoje, deve muito a Paulo. Se não fosse o apóstolo, ele provavelmente não teria passado de mais uma seita judaica”. Isso não quer dizer que o trabalho dos 12 apóstolos tenha sido irrelevante, mas eles pregaram numa região, a Palestina, que viria a ser devastada pelos romanos entre os anos 66 e 70. “Sem dúvida, Paulo foi o apóstolo que teve maior repercussão com o passar dos séculos”

A influência de Paulo é indiscutível. Mas, para uma corrente de historiadores e teólogos, ele deturpou os ensinamentos de Jesus Cristo – a ponto de a mensagem cristã que sobreviveu ao longo dos séculos ter origem não em Cristo, mas em Paulo. Esses pensadores julgam ser mais correto dizer que o que existe hoje é um “paulinismo”, não um cristianismo. “As cartas de São Paulo são uma fraude nos ensinamentos de Cristo. São comentários pessoais à parte da experiência pessoal de Cristo”, afirmou o líder pacifista indiano Mahatma Ghandi, em 1928. Opinião semelhante tem o prêmio Nobel da Paz de 1952, o alemão Albert Schweitzer, que declarou: “Paulo nos mostra com que completa indiferença a vida terrena de Jesus foi tomada”.

As principais críticas da corrente antipaulina concentram-se em pontos polêmicos das cartas do apóstolo. Nelas, entre outras coisas, Paulo defende a obediência dos cristãos ao opressivo Império Romano, bem como o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina da salvação distinta daquela que, segundo teólogos antipaulinos, teria sido defendida por Jesus. “A mentira que foi Paulo tem durado tanto tempo à base da violência. Sua conversão foi uma farsa”, afirma Fernando Travi, fundador e líder da Igreja Essênia Brasileira. Os essênios eram uma das correntes do judaísmo há 2 mil anos, convertidos na primeira hora ao cristianismo. “Ele criou uma religião híbrida. A prova disso é o mundo que nos cerca. Um mundo cheio de guerra, de sofrimentos e de desespero.”

A descoberta, no século passado, de escrituras datadas dos primeiros anos do cristianismo, como os Manuscritos do Mar Morto, o Evangelho dos 12 Santos (ou da Vida Perfeita) e o Evangelho Essênio da Paz, indica que boa parte do conteúdo das cartas de Paulo está em oposição aos ensinamentos de Jesus (leia quadro na pág. 64). “Existem sérios indícios de que, como num plano de sabotagem, Paulo divulgou uma doutrina falsificada em nome do messias”, diz ele. Opinião parecida tem o pastor batista americano Edgar Jones, autor do livro Paulo: O Estranho. “Jesus de Nazaré deve ser cuidadosamente diferenciado do Jesus de Paulo. Gerações e séculos passaram até que a corrente paulina com seu forte apelo em favor do Império Romano ganhasse ascendência sobre a corrente apostólica”, diz o teólogo.

O fato é que, até o século 4, o cristianismo dividia-se em duas correntes distintas, uma liderada pelos discípulos de Paulo e outra pelos seguidores dos apóstolos de Cristo. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, a corrente paulina saiu-se vitoriosa. “As idéias de Paulo, afáveis aos dominadores, foram definitivamente incorporadas à doutrina cristã”, diz Fernando.

Para os críticos de Paulo, um exemplo dessa “afabilidade” está presente na Epístola aos Romanos. “Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. Aquele que se revolta contra a autoridade opõe-se à ordem estabelecida por Deus”, escreve Paulo. E continua: “É também por isso que pagais impostos, pois os que governam são servidores de Deus”. “Essa passagem revela que ele estava a serviço das autoridades romanas. Jesus, por sua vez, se insurgia contra as leis de Estado”, afirma Fernando. Para os defensores de Paulo, esse texto foi tirado de seu contexto e tornou-se, ao longo dos séculos, uma teoria metafísica do Estado. “O texto só tinha valor para quem vivia em Roma, onde qualquer movimento de desobediência seria esmagado”, diz o teólogo Pedro Vasconcellos.

Outro ponto controverso das epístolas paulinas refere-se à defesa que seu autor faz da escravidão. Na Epístola aos Efésios, Paulo é taxativo: “Servos, odedecei, com temor e tremor, em simplicidade de coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo”. Para os antipaulinos, o apoio dado pelo apóstolo à escravidão tem sido usado pela Igreja ao longo dos séculos para legitimar situações espúrias de dominação e diverge radicalmente da palavra de Cristo, que pregava um mundo livre de opressões.

O apóstolo dos pagãos também é bombardeado por suas posições a respeito das mulheres. Na carta endereçada à comunidade cristã de Colosso, ele escreve: “Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes, se enfeitem com pudor e modéstia. (...) Durante a instrução, a mulher conserve o silêncio, com toda submissão. Não permito que a mulher ensine, ou domine o homem”. Suas palavras atraem até hoje a ira das feministas, que o acusam de misoginia.

Outro petardo disparado pelos críticos diz respeito à doutrina da salvação defendida por Paulo. “Paulo diz que os pecados são perdoados se a pessoa acreditar que Jesus morreu na cruz por ela. É a doutrina da salvação em que o herói derrama seu sangue e todos são perdoados por causa dele. Enquanto isso, Jesus diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’. Para Jesus, a salvação será dada àqueles que seguirem seus ensinamentos”, afirma Fernando Travi.

Conservador ou radical, fiel ou não a Jesus Cristo, São Paulo foi, sem dúvida, um dos poucos evangelizadores – se não o único – a fazer o cristianismo passar da cultura semita à greco-romana, possibilitando que ela se tornasse uma religião mundial.
trechos retirados da revista Superinteressante

domingo, 17 de outubro de 2010

Metal Progressivo

Banda Opeth (sueca)

O Rock Progressivo foi uma experiência ímpar no rock, por buscar a fusão com jazz, blues, da música erudita. Apesar de não ser destinada a um público muito amplo, algumas bandas fizeram muito sucesso, como o Genesis, o Pink Floyd, Yes, Rush etc. Convém ressaltar que o rock progressivo tem de ser avaliado no contexto dos anos 70, na sua origem na psicodelia dos anos 60. O punk é fenômeno dos anos 80, outro contexto, outra turma, outras questões.
Metal progressivo, também conhecido como prog metal, surgiu na segunda metade da década de 80. É uma versão pesada do rock progressivo, distingüido pelo uso de estruturas de composição complexas, linhas de tempo diferentes e outras características.

Banda Porcupine Tree (inglesa)

Algumas Bandas de Metal Progressivo
AUSTRIA - Deadsoul Tribe (Metal Progressivo)
CANADÁ (Ontário) - Do Make Say Think (Post-rock)
CHILE - Octopus (Rock Progressivo)
EUA (Florida) - Cynic (Death Metal Técnico)
EUA (Florida) - Death (Death Metal Técnico)
EUA (New York) - Dream Theater (Metal Progressivo)
EUA (Illinois) - Russian Circles (Post-rock)
FINLANDIA - Jeavestone (Rock Progressivo)
FINLANDIA - Taipuva Luotisuora (Rock Progressivo)
FINLANDIA - Uzva (Jazz-rock)
HOLANDA - The Gathering (Progressivo Death Metal)
HUNGRIA - After Crying (Rock Sinfonico)
INGLATERRA - Hawkwind (Rock Progressivo)
INGLATERRA - Marsupilami (Rock Progressivo)
INGLATERRA - Porcupine Tree (Rock Progressivo)
IRLANDA - Gos Is An Astronaut (Post-rock)
NORUEGA - The 3rd and the Mortal (Doom metal)
POLÔNIA - Riverside (Metal Progressivo)
SUÉCIA - Dark Tranquillity (Death Metal Melódico)
SUÉCIA - Diablo Swing Orchestra (Avant-garde Metal)
SUÉCIA - Opeth (Progressivo Death Metal)
SUÉCIA - Pain of Salvation (Metal Progressivo)



domingo, 10 de outubro de 2010

Loft

Um loft (palavra que significa "depósito" ou "sótão" em inglês), é um tipo de apartamento criado a partir da compartimentação de um grande espaço coberto, sem divisórias (como um galpão ou armazém).

[editar] História
Os lofts têm projetos arquitetônicos inspirados no estilo de morar que nasceu em Nova York na década de 1970. Lá, velhos galpões e armazéns de edifícios foram reformados para servir de moradia para profissionais liberais, artistas, publicitários e executivos. Os lofts de Nova York eram conhecidos por não terem paredes dividindo os ambientes, pelos mezaninos de madeira ou ferro e seus grandes elevadores de carga, além de pés-direitos altos e grandes janelas.











sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Humanismo


Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como primordiais, numa escala de importância. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à ética, dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior. Desde o século XIX, o humanismo tem sido associado ao anti-clericalismo herdado dos filósofos Iluministas do século XVIII. O termo abrange religiões não teístas organizadas, o humanismo secular e uma postura de vida humanista.
Ética é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se do Moralismo, pois enquanto este se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos; a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.

Vertentes

O humanismo marxista é baseado nos manuscritos da juventude de Marx, onde ele crítica o idealismo Hegeliano que coloca o ser humano como um ser espiritual, uma autoconsciência. Para Marx o ser humano é antes de tudo um ser natural, diferente de todos os outros seres naturais, possui uma característica que lhe é particular, a consciência, que se manifesta como saber.

Os humanistas seculares, como o nome indica, são mais racionalistas e empiristas e menos espirituais; são geralmente associados a cientistas e acadêmicos, embora a filosofia não se limite a esses grupos. Têm preocupação com a ética e afirmam a dignidade do ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o racionalismo. São ateus ou agnósticos. Cerca de 54% dos Universalistas Unitários baseiam suas crenças no humanismo.

Os humanistas religiosos acham que o humanismo secular é friamente lógico demais e são mais espirituais, alguns chegando a ser deístas. São ocasionalmente associados a artistas e cristãos liberais.

O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo. O antropocentrismo era a idéia de o homem ser o centro do pensamento filosófico, ao contrário do teocentrismo, a idéia de "Deus no centro do pensamento filosófico. o antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural.

O humanismo positivista comtiano afirma o ser humano e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda e coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa, ou seja, a Religião da Humanidade, que propõe a substituição moral, filosófica, política e epistemológica das entidades supranaturais (os "deuses" ou as "entidades" abstratas da metafísica) pela concepção de "Humanidade". Além disso, afirma a historicidade do ser humano e a necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou seja, que o perceba como afetivo, racional e prático ao mesmo tempo.

O humanismo logosófico propõe ao ser humano a realização de um processo de evolução que o leve a superar suas qualidades até alcançar a excelência de sua condição humana. González Pecotche afirmava que o humanismo logosófico "parte do próprio ser sensível e pensante, que busca consumar dentro de si o processo evolutivo que toda a humanidade deve seguir. Sua realização nesse sentido haverá, depois, de fazer dele um exemplo real daquilo que cada integrante da grande família humana pode alcançar".

Millennium


OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES
Harriet Vanger desapareceu 36 anos atrás sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist, que não está em um bom momento de sua vida, enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista se junta a Lisbeth Salander, uma investigadora particular nada usual, incontrolável e anti social, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar.


A MENINA QUE BRINCAVA COM FOGO
Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), publisher da revista Millennium, fez carreira expondo a corrupção das autoridades da suecas. Quando uma jovem jornalista se aproxima dele com uma detalhada apuração em um caso de tráfico sexual, Blomkvist imediatamente mergulha na investigação.


A RAINHA DO CASTELO DE AR
Enquanto Lisbeth Salander se recupera no hospital, uma unidade secreta dentro da polícia está tentando desesperadamente apagar qualquer coisa que possa identificá-los e tentando colocar Lisbeth de volta ao hospital psiquiátrico, acusada de matar o seu pai.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pequenas Igrejas Grandes Negócios


A cada dia que passa um grande mercado vem crescendo no Brasil: as igrejas evangélicas. E ao contrário do que se pensa não é necessário muita coisa para fundá-las, motivo pelo qual só no Rio de Janeiro na década de 90 segundo pesquisa do ISER (Instituro Superior de Estudo da Religião) a conclusão foi de que a cada semana surgem 5 novas igrejas. Ou seja, se levarmos em conta que os dias úteis da semana são 5, podemos dizer que surge uma nova igreja por dia no estado do Rio de Janeiro.

Há pouco tempo, o jornal carioca Balcão, especializado em classificados de todo tipo – ali vende-se varas de pesca, violoncelos, apartamentos, coleção de gibis do Homem-Aranha e tudo o que se possa imaginar –, publicou um anúncio suspeitíssimo. Anunciava-se a oferta de uma igreja evangélica, equipada com som e móveis e que tinha “cerca de 200 membros”, que talvez jamais imaginassem virar objeto de uma transação do gênero.


Para se abrir uma igreja, não é necessário muita coisa”, explica. “Junta-se uma diretoria composta por oito pessoas; depois convoca-se uma reunião para emitir a ata de fundação. A partir daí, basta elaborar o estatuto e registrá-lo no cartório”, ensina. Com este registro, é possível solicitar o cartão do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, o CNPJ, o que pode ser feito até pela internet.

Segundo Rubens, todo o processo é baratíssimo. “Se o próprio interessado quiser fazer tudo, vai desembolsar cerca de R$ 250. Caso prefira contratar um contador, o gasto fica entre 600 e mil reais.” Isso, claro, se o empreendedor não preferir fazer tudo clandestinamente e atuar ao arrepio da lei. Especialista no assunto – ele é autor do livro Legislação para igrejas e entidades sem fins lucrativos, editado pela CPAD –, Rubens Moraes admite que não há como exercer controle sobre quem resolve criar uma igreja. “A lei permite a abertura por qualquer pessoa, mas não pode avaliar os interesses e a seriedade de cada um. Isso abre oportunidades para os aventureiros.” Ele conta que foi procurado recentemente por uma empresária que decidiu colocar uma igreja em seu nome. “Ela construiu, com o seu dinheiro, a comunidade. Apesar de não ser pastora nem nada, ela tem direito de tornar-se presidente da obra.”

Quanto a preparação do pastor isso é o que menos importa pois já existem cursos para formação de pastores a distância por internet ou correspondência em apenas 6 meses. Isso quando o pastor sabe ler, pois espantosamente existem igrejas principalmente na periferia e nos grandes subúrbios do país em que o líder religioso é semi-analfabeto.

O que achamos irônico é que tais pessoas ainda se arrogam de serem juizes dos demais membros de outras religiões dizendo quem vai ou não para o inferno.

Temos notado em certas pesquisas também que a maioria dos pastores fundadores de tais igrejas são desempregados com parca qualificação e com isso buscam uma oportunidade de negócios, e para isso como exposto acima não são necessários grandes conhecimentos, basta apenas saber mexer com o emocional e a credulidade alheia de um povo já tão desesperado e necessitado que crê no primeiro charlatão que se apresentar como tábua de salvação.

Dicas de como então se montar uma igreja:

- Arrume a garagem de sua casa ou da de algum amigo. Coloque nela algumas cadeiras.

- Compre parcelado um amplificador, afinal de contas o volume máximo acima dos decibéis permitidos pela lei deve ser a marca registrada da mesma para poder se chamar os novos fiéis.

- Pegue títulos alheios até mesmo as denominações cristãs e se auto-intitule Bispo, ou Pastor ou Presbítero de sua igreja. Caso questionem sua sucessão, diga que recebeu por inspiração divina este título em uma noite que estava orando em um morro qualquer. Porém denomine-o de monte. Fica mais poético e bíblico.

- Por falar em bíblico, tenha uma Bíblia velha em mãos. Não precisa ter estudado toda ela, pois a aparência da mesma dará a entender as pessoas que você é um estudioso das escrituras.

- Prometa milagres que não poderão ser comprovados pela lei. Assim ninguém poderá te processar.

- Estipule os 10% do dízimo que deverão ser pagos em mãos ou na sua conta bancária e que o mesmo será para Jesus, mas o mesmo não poderá ser doado a nenhuma família carente ou instituição de caridade, pois senão o seu dinheiro não será abençoado e você não receberá mais a benção de Deus.

- Esqueça as doutrinas bíblicas. Crie a sua própria doutrina. Quanto mais rigorosa, mas as pessoas irão querer te seguir pois o verão como um discípulo direto de Jesus tal como Paulo de Tarso se dizia ser.

- Após isso seja criativo e escolha um nome bem chamativo e original. Não se esqueça por mais humilde que seja o estabelecimento, colocar algo bem pomposo após o nome como por exemplo: Sede Mundial.

domingo, 3 de outubro de 2010

O Secularismo Europeu

A Europa que construiu o cristianismo e serviu de plataforma para a expansão global da fé cristã, é hoje, paradoxalmente, um continente de igrejas vazias. Nas imponentes catedrais há mais turistas admirados com a arquitetura do que fervor religioso.




Apenas dois de cada dez católicos comparecem com regularidade à missa na Europa Ocidental. No Leste Europeu são 14%. Nos anos 60, quando Joseph Ratzinger, atual Bento XVI, chegou a Roma para assessorar os cardeais nas discussões do Concílio Vaticano II, oito de cada dez crianças nascidas em lares católicos na França recebiam o batismo. Hoje, só uma em duas. A debandada do rebanho é sentida com intensidade até nos países cuja maioria católica é avassaladora, como a Espanha (90% dos jovens espanhóis jamais vão à missa) e a Itália (só um em cada quatro católicos vai à igreja). Na Alemanha, terra natal do novo pontífice, o comparecimento à missa é de reles 15%.

Em vários países faltam padres por causa da queda no número de seminaristas. Em 2004, menos de noventa padres foram ordenados na França. Na Alemanha, há 9.000 sacerdotes para 13.000 paróquias. De exportadora de missionários com a palavra de Cristo, a Europa agora recruta padres na África e na Ásia. Só na Alemanha há 1 400 padres africanos e asiáticos atuando em suas paróquias. Os teólogos debatem há anos as causas da debandada do rebanho europeu – mas não há, por enquanto, uma resposta que sirva a todas as perguntas. As pesquisas demonstram que não se trata apenas de um surto de ateísmo. Também não é certo falar em crise de espiritualidade. Apesar de escassas nos bancos das igrejas, multidões se lançam em peregrinações a Santiago de Compostela, na Espanha, ao Santuário de Fátima, em Portugal, ou vão a Roma com a esperança de ver o papa. "Na Europa, o interesse na Igreja Católica diminuiu porque, cada vez mais, as pessoas encaram a fé religiosa como algo individual e privado, que dispensa a intermediação de uma instituição", disse a VEJA o teólogo alemão Christian Schmidtmann. Segundo ele, em lugar de aceitar como verdadeira uma única linhagem religiosa, os europeus atuais constroem verdadeiras "religiões de retalhos", costuradas apenas com os elementos que lhes interessam, descartando o resto.

O fenômeno é claramente europeu e se deve, em parte, ao fato de a Europa ser o berço do racionalismo. Com o avanço da ciência e do acesso à educação para uma parcela maior da população, as pessoas passaram a encontrar na razão respostas para questões que antes só a religião podia oferecer. Na África, o número de católicos triplicou nos últimos 25 anos. Na Ásia, quase dobrou. Na América Latina, a religião continua confortavelmente majoritária, apesar do assédio pentecostal.

A idéia defendida por teólogos liberais é a de que o rigor do papa em temas morais – como o veto ao uso de preservativos, ao aborto, ao sacerdócio feminino e ao casamento homossexual – estava na contramão da vida moderna e, com isso, afugentava os fiéis.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Implosão Demográfica na Alemanha

Apesar de todas as medidas do governo de incentivo aos nascimentos, a população da Alemanha continua encolhendo. De acordo com o Departamento Federal de Estatistica, no ano passado houve uma queda de 3,6% no número de nascimentos, passando para 651 mil. Como o número de óbitos foi 190 mil maior do que o número de nascimentos , a população alemã encolheu de novo, passando para menos de 82 milhões.
As previsões para o futuro da maior economia da Europa são sombrias. No ano de 2050, a população da Alemanha deverá ser de apenas 66 milhões. Já na França, o segundo maior pais da União Européia, onde a taxa de natalidade é quase duas vezes mais alta, a população atual, que é de 64 milhões de habitantes, deverá subir para 66 milhões.
A redução do número de nascimentos surpreendeu os politicos. Há poucos anos, o governo lançou um pacote de incentivo às familias. Além do “salário criança”, de 120 euros mensais por cada criança, até atingir a maioridade, o governo lançou o “salário dos pais”, com o pagamento de 67% do salário para a mãe que fique em casa cuidando do bebê no seu primeiro ano de vida. Se é o pai que fica em casa, o pagamento é prolongado por mais três meses. Em 2013, entrará em vigor a garantia do governo de vaga no jardim da infância para todas as crianças entre três e seis anos de idade.
Ao contrário dos cálculos do governo, porém, de incentivar sobretudo mulheres acadêmicas a ter mais filhos, foram atrás da ajuda do governo os casais que já queriam ter filhos mesmo sem a ajuda.
Há várias explicações para a falta de interesse das mulheres alemãs em ter filhos. A principal é a falta de infraestrutura. Apenas no leste (antiga Alemanha Oriental), há creches e escolas de dois turnos. No ocidente, apenas uma minoria das crianças têm acesso ao jardim da infância, não há creches suficientes e a escola funciona apenas durante a manhã.
De acordo com os especialistas, a população vai encolher mais nas áreas rurais. Já hoje há o problema das aldeias que estão ficando abandonadas. Mas os analistas vêem com preocupação também a falta de mão de obra. A população economicamente ativa diminuirá em 30% nos próximos anos.
Os pesquisadores afirmam que o único meio de evitar esse cenário sombrio é o incentivo da imigração.

Quanto mais religioso, mais pobre o país

Quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país, diz pesquisa
Hélio Schwartsman

Quanto mais religiosos são os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. Essa é a conclusão de uma pesquisa Gallup feita em 114 nações e divulgada no último dia 31 que mostra uma correlação forte entre o grau de religiosidade da população e a renda "per capita".

Correlação, vale lembrar, é um conceito traiçoeiro. Quando duas variáveis estão correlacionadas, tanto é possível que qualquer uma delas seja a causa da outra como também que ambas sejam efeitos de outros fatores.

Desde o século 19, a sociologia tem preferido apostar na tese de que a pobreza facilita a expansão da religião. "Em geral, as religiões ajudam seus adeptos a lidar com a pobreza, explicam e justificam sua posição social, oferecem esperança, satisfação emocional e soluções mágicas para enfrentar problemas imediatos do cotidiano", diz Ricardo Mariano, da PUC-RS.

"As religiões de salvação prometem ainda compensações para os sofrimentos e insuficiências desta vida no outro mundo", acrescenta.

O sociólogo, porém, lembra que há outros fatores: "A restrição à liberdade religiosa, ideologias secularistas e o ateísmo estatal dos países socialistas contribuíram para a baixa importância que sua população atribui à religião, como ocorre na Estônia, campeã nesta matéria, e na própria Rússia".

Já na Europa Ocidental, diz Mariano, "modernização, laicização do Estado e relativismo cultural erodiram bastante a religiosidade".

A grande exceção à regra são os EUA. Com uma das maiores rendas "per capita" do planeta, 65% dos norte-americanos atribuem importância à religião em sua vida diária. Tal índice é bem superior à média dos países mais ricos, que é de 47%.

Sem descartar um papel para as explicações sociológicas mais tradicionais, que chama de "fator ópio do povo", Daniel Sottomaior, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) aventa algumas hipóteses na direção contrária, isto é, de que a religião é causa da pobreza. "Ela promove o fatalismo e o deus-dará", diz.

Em certos lugares, notadamente alguns países islâmicos, ela desestimula a educação e impede a adoção do pensamento científico.

Além disso, afirma Sottomaior, "a religião não apenas não gera valor como sequestra bens, dinheiro e mentes que deixam de ser empregados em atividades econômicas e de desenvolvimento".

RELIGIOSOS

Para religiosos ouvidos pela Folha, é a riqueza que pode reduzir o pendor das pessoas à religiosidade.

Segundo o padre jesuíta Eduardo Henriques, "a abertura a Deus é inversamente proporcional à segurança oferecida pela estabilidade econômico-financeira, com exceções, é claro. Espiritualmente falando, os pobres tornam-se sinais mais eloquentes de que ninguém, pobre ou rico, basta a si mesmo. Por isso Jesus chamou os pobres de bem-aventurados".

Já para o pastor batista Adriano Trajano, a pesquisa mostra que quanto maior for o estado de pobreza e pouco desenvolvimento econômico no país, "maior será a busca por subterfúgios sobrenaturais, pois a religião tem esse poder de transportar o necessitado a um mundo de cordas divinas". "Que a religião desempenha um papel importante nas sociedades, não há dúvida, resta saber até que ponto esse papel favorece a vida?", pergunta.

O teólogo adventista Marcos Noleto é mais radical: "Há uma incompatibilidade da fé prática com a riqueza. Assim como dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço, na mente do homem não há lugar para duas afeições totais. Veja que Deus escolheu um carpinteiro e não um banqueiro para ser o pai de Jesus".

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domingo, 19 de setembro de 2010

Paulicéia Desvairada


Por uma coincidência extraordinária, denúncias pipocam a toda hora nestes últimos dias de campanha eleitoral. Faltando duas semanas para a eleição do sucessor ou, pelo que parece, da sucessora de Lula, falar delas se tornou uma verdadeira obsessão para nossa grande imprensa.

Mas na realidade, o verdadeiro escândalo é ver como os cartéis de mídia foram aos poucos aparelhados pelo PSDB. É um perigo, um candidato como o Serra que não é nunca questionado ou criticado pela imprensa e ainda usa a imprensa para repetir a sua pauta e fazer denuncismo contra adversários. Aconteceu o mesmo na Alemanha Nazista com Goebbels. A imprensa enlouqueceu. Eu nunca vi em todos os meus 37 anos, tanto tendenciosismo e falta de escrúpulos.

Como se não bastassem, as denúncias ainda são vazias, declaratórias, sem provas e obtidas de fontes mais que duvidosas. Por outro lado, essa disposição para denunciar não atinge o universo da imprensa. Brasil afora, jornais e revistas regionais e estaduais mostram-se menos dispostos a fazer coro com os “grandes”. O mesmo vale na mídia eletrônica, onde o tom escandaloso não é o padrão de todas. Fora do Brasil, o tom "denuncista" em épocas de eleição foi até mesmo criticado por alguns correspondentes de jornais europeus.

Mas só a velhinha de Taubaté acredita que a coincidência de tantos “escândalos” é obra do acaso. A onda nasceu em tal momento que é impossível não desconfiar que exista intencionalidade por trás dela.