Fora filosofar, Schoppenhauer foi, também, cultor do estilo. Escreveu um livro chamado A Arte de Escrever, lançado no Brasil pela LPM. Selecionei alguns tópicos. Qualquer pessoas que escreva – ainda que apenas emails – ganha lendo.
1) Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é o sinal incondundível da mediocridade. O homem inteligente resume, ao contrário, muitos pensamentos em poucas palavras.
3) Existem três classes de autores. Primeiro, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam para escrever. Eles pensam justamente para escrever. São numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem exatamente porque pensaram. Estes são raros.
4) Não há nenhum erro maior do que imaginar que a última palavra usada é a melhor, que algo escrito mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda mudança é um progresso.
5) Não há nada mais fácil do que escrever de maneira que ninguém entenda. Em compensação, nada é tão difícil quanto expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam.
6) Palavras ordinárias podem ser usadas para dizer coisas extraordinárias.
7) A mente trivial é reconhecida pelo seu estilo afetado.
8) Como alguém que de tanto cavalgar desaprende de andar, alguns eruditos de tanto ler livros se tornam burros.
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