Baseado no livro de Myriam Campello ("Como Esquecer - Anotações quase inglesas"), o longa conta a história de Julia (Ana Paula Arósio), uma professora de Literatura Inglesa, abandonada sem muitas explicações por sua companheira após um relacionamento de 10 anos.
Diante do tema árido e, de carona, também controverso por tratar-se de um amor homossexual, a possível polêmica recebe mais tempero com a presença de Hugo (Murilo Rosa), um viúvo gay, e Lisa (Nathalia Lage), uma jovem diante de duas perdas, sendo uma delas motivo até de debate político e religioso.
Como os três foram morar juntos, formaram uma espécie de "república dos inconsoláveis" e vão lidar de várias maneiras com as dificuldades afetivas. O problema é que, de mal com a vida, Júlia destila seu mau humor de maneira causticante, partindo de um desejo de vingança até a necessidade de sentir dor física para "encontrar (?!) a paz". E essa constante acidez do personagem, independente do sarcasmo com os Florais de Bach, o Feng Shui, entre outras "vítimas", pode ser indigesta para muito espectador.
Repleto de divagações e mergulhos mais cerebrais, com direito a citações de Virginia Woolf e da poetisa Emily Brontë. A narrativa verborrágica é atenuada pela interpretação convincente de Rosa e o humor do seu personagem. Destaque também para as bonitas cenas de nudez, em sua maioria, de bom gosto e sensuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário