A Oclocracia (do grego okhlos, multidão/ralé/plebe e kratos, poder) pode ser definida como o abuso que se instala no governo democrático quando pessoas de conduta errática se tornam senhores dos negócios públicos.
Para Aristóteles, ochlokratía significava "governos dos piores", onde prepondera a plebe, a multidão e onde o poder é por ela exercido. Não é, rigorosamente, uma forma de governo, mas uma situação crítica que vivem instituições ao sabor da erraticidade e irracionalidade de seus condutores. Indica portanto, o jugo imposto pela "ralé" sic ao poder legítimo e à lei, fazendo valer os seus intentos acima de quaisquer questionamentos éticos.
Em uma situação de Oclocracia ocorre uma ampla contaminação da perda do discernimento da sociedade sobre o que é certo e errado, uma vez que as condutas erráticas passam a ser aceitas e "normais", até mesmo pelas elites.
É claro que a mobilidade social existente no mundo moderno é louvável, mas também não se pode negar que o acesso de indivíduos de conduta questionável nas instituições é extremamente facilitado e permitido. Os chamados "emergentes" ascendem com grande velocidade à elite governamental e financeira, sem no entanto que sua ascenção - algumas vezes por meios escusos - tenha a mesma evolução e respaldo no campo ético-moral e intelectual.
Política
Na democracia (governo do povo, da maioria), uma vez que um governo eleito democraticamente é nada mais do que reflexo de seus cidadãos, é alto o risco desse governo degenerar para uma Oclocracia, devido ao baixo rigor ético-moral de sua população. A livre democracia termina por alçar à elite política, elementos de condutas duvidosas, onde até mesmo candidatos com comprovada ficha criminal conseguem eleger-se.
Policia
A instituição que tem a função de promover a ordem, degenerou a tal ponto que transformou-se em sua antítese. Em vez de combater a criminalidade, tornou-se a principal fomentadora da corrupção cotidiana, que vão de pequenas extorsões e conluios até a formação de milícias organizadas.
Justiça
Desvirtuou-se de sua função e passou a funcionar meramente como um instrumento de locupleção e vantagens financeiras, com a omissão e patrocinio dos proprios juizes. Pode-se dizer que a justiça de hoje virou um casino, uma loteria. São cada vez mais comum as condutas questionáveis de advogados que atuam como verdadeiros marginais com o respaldo da própria lei.
Corporações
Não há duvidas que as práticas danosas das corporações empurraram o mundo para a recente crise mundial uma vez que a ordem é maximizar os lucros sem se preocupar com as consequências. Para atingir metas muitas vezes questionáveis, os executivos e funcionários acabam por perder o discernimento e a fazer o que dá mais lucro, negligenciando o que é correto e ético.
Jornalismo
Os órgãos de imprensa e mídia também chamados "Quarto Poder" travam entre si uma verdadeira guerra pela audiência e ibope, levando os editores e jornalistas a deixar de lado o rigor e a sobriedade profissional e renderem-se ao sensacionalismo, ao tendenciocismo e à baixa qualidade da informação.
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