sexta-feira, 24 de abril de 2009

Soluções Italianas - Santa Giulia

Santa Giulia Milano é um projeto para promover um ex-zona industrial de cerca de 1.200.000 m2 situado no sudeste de Milão. O projeto é assinado pelo arquiteto Norman Foster, embora outros arquitetos tenham contribuído para a concepção de edifícios individuais. O projeto inclui a construção de empreendimentos residenciais, comerciais e um parque terciário.
O investimento previsto para a realização do complexo ascende a cerca de 2,8 bilhões de euros. Quanto à estrutura financeira, a empresa Risanamento Spa criou a sociedade Milano Santa Giulia Spa com o objetivo específico de requalificação da Montecity-Rogoredo.

























Ca$ino Judicial

Essa semana o desembargador Luiz Zveiter inaugurou o novo forum da cidade de Niterói, com esse passam a ser quatro os foruns judiciais dessa cidade de apenas 470 mil habitantes.O novo fórum tem uma área construída de 21.590 metros quadrados, divididos em 13 pavimentos. Do total de andares, 12 estão reservados para as serventias judiciais. O prédio dispõe ainda de dois subsolos, que serão utilizados para estacionamento, e de cobertura, onde funcionará um restaurante. Sua fachada é vistosa de vidro verde, bastaria decorá-la com neons, luzes e letreiros para confundi-lo com os casinos de Atlantic City e Las Vegas.
A parte a aparencia de casino, o que se sucederá no interior do edifício tem também muito em comum com as casas dedicadas aos jogos de azar. Rola pelos corredores e salas de audiências a mesmíssima adrenalina e perspectiva de vantagem financeira das loterias e caça-níqueis. Acionar uma empresa equivale a jogar dados numa roleta.
Garantir o livre funcionamento do mercado é uma coisa, transpor a lógica do mercado para a vida social é outra. Afinal, a justiça não é uma mercadoria, nem a liberdade, nem a igualdade, nem as pessoas.Quando uma regra que se destinava aos mercados avança para a esfera política é preciso estar atento e forte e denunciar a hipocrisia.




A Reabertura dos Jogos

quinta-feira, 23 de abril de 2009

As Formas Elementares da Religião no culto a São Jorge


Hoje é comemorado o dia de São Jorge, um santo associado à divindade afro-brasileira Ogum. O recente aumento na crença de São Jorge a ponto de tornar-se mais popular que o padroeiro oficial da Igreja Católica (São Sebastião) e ser alçado a feriado, pode ser claramente explicado pelo livro "As Formas Elementares da Vida Religiosa" do sociólogo francês Èmile Durkheim. Ele toma como base a análise dos cultos primitivos na Austrália e busca resgatar a partis daí, a essência da religião, bem como uma "Teoria Geral das Religiões". Aplicando seu método ao culto de São Jorge podem ser extraidos elementos para entender a própria sociedade:

Para os iorubas Ogum é o arquétipo do guerreiro. A relação de Ogum com os combatentes (é considerado o protetor de todos os guerreiros, sejam militares, policiais ou criminosos e traficantes) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado ao combate, como da sua figura de comandante supremo ioruba. São Jorge (tótem) portanto seria uma transfiguração da realidade coletiva - "o recrudescimento da violência e criminalidade da cidade do Rio do Janeiro". Quanto mais violenta fica a realidade do carioca, maior se torna a fé e o culto a São Jorge.

Durkheim afirmou que todas as religiões seriam apenas uma projeção da sociedade no plano simbólico; ou seja, através do totemismo, por exemplo, os homens cultuariam apenas a realidade coletiva transfigurada no símbolo (o tótem).Segundo ele uma instituição humana não poderia repousar sobre o erro ou a mentira, sem isso ela não conseguiria durar. Ao contrario as religiões tem base a natureza das coisas. O símbolo atinge uma realidade que os representa. Os ritos e mitos mais bárbaros e primitivos apenas traduzem alguma necessidade humana, algum aspecto da vida, quer individual, quer social. As razões que o fiel dá a si mesmo para justificá-las podem ser, e são realmente “falsas”, as razões verdadeiras existem, não obstante, cabe à ciência descobri-las.

Para Durkheim as religiões não podem ser consideradas fontes de engano que serão superadas pela ciência. A verdadeira função da religião é nos ajudar a viver melhor. Além do mais para ele as religiões são obras da sociedade e as expressam, estando assim na base de qualquer pensamento, inclusive o científico. As regras da moral e do direito foram por muito tempo indistintas das prescrições rituais.Durkheim finalmente chega a conclusão que o totemismo das religiões, na verdade são maneiras das pessoas adorarem sua própria sociedade, atribuindo significados, simbologias e poder sobrenatural aos totens a ela associados. Há uma COESÃO onde as pessoas se identificam com as crenças e valores. Para ele os totens “representariam” e “traduziriam” elementos sagrados da própria sociedade e não divindades externas.

Salve, salve São Jorge!

Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também
Sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos
E não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés
E não me alcancem
Para que meus inimigos tenham olhos
E não me vejam
E nem mesmo pensamento eles possam ter
Para me fazerem mal
Armas de fogo, meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem
Sem o meu corpo tocar

Cordas e correntes arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia
Salve Jorge, salve Jorge

autor: Jorge Benjor

sábado, 18 de abril de 2009

Keynes - o Médico do Capitalismo

Em tempos de crise, o mundo redescobre Keynes, o pensador cujas idéias reergueram a economia em 1929. O que sua história ainda pode nos ensinar
Ivan Martins

O “ECONOMISTA BURGUÊS” Keynes, em 1940, exibindo sua coleção de livros raros
Num dos piores anos da Grande Depressão, 1934, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt recebeu na Casa Branca um economista inglês de 51 anos que vinha precedido da fama de gênio. Alto e curvado, olhos de um azul transparente, John Maynard Keynes falou por mais de uma hora com Roosevelt. A despeito de seu charme e de sua famosa eloqüência, Keynes causou péssima impressão. “Não entendi uma palavra do que ele disse”, afirmou Roosevelt. “Esse sujeito é matemático, não economista”. Seu interlocutor, autor de livros famosos e presidente do comitê de economistas britânicos que assessorava o governo de Sua Majestade, também não gostou da conversa. “Pensei que o presidente fosse alfabetizado em economia”, disse.

Quatro anos depois, quando a economia americana mergulhava mais fundo no desemprego, e Roosevelt já esgotara seus recursos para tentar reativá-la, restou recorrer às idéias “daquele matemático” de Cambridge. O desemprego caiu então de 17% para 1%, e o mundo começou a viver aquilo que a revista Time definiria – 27 anos depois, em dezembro de 1965 – como a “mais longa, mensurável e ampla prosperidade da História”. “Agora, somos todos keynesianos”, afirmou na ocasião para a Time o economista americano Milton Friedman, ironicamente o maior crítico das idéias de Keynes.

Aquele período de prosperidade só seria superado pela seqüência recente de 30 anos ininterruptos de crescimento contínuo, abalado pela crise atual. Esse período foi regido pelo pensamento liberal de Friedman. Keynes e Friedman – cuja divergência central é a visão sobre o papel do Estado na economia capitalista – foram os dois economistas mais influentes do século passado. “A crítica de Friedman a Keynes se tornou tão influente porque identificou corretamente os pontos fracos do keynesianismo”, diz o economista Paul Krugman, agraciado na semana passada com o Prêmio Nobel (leia o texto de Krugman sobre Friedman e Keynes). Nas últimas semanas, em razão da crise financeira, as idéias de Keynes, que haviam sido empurradas para a periferia, pareciam estar de volta. Assim como Roosevelt, o governo de George W. Bush concluiu, relutante, que seria necessário intervir para resolver a crise.

Keynes pensava, escrevia e falava com uma inteligência que impressionou seus contemporâneos. Filho de um professor universitário, ele nasceu em Cambridge em 1883 – ano da morte de Karl Marx. Passou a vida entre a elite intelectual e política do Reino Unido. Fez parte de um dos mais célebres e inovadores grupos intelectuais do século XX, conhecido como grupo de Bloomsbury, o bairro londrino onde se reuniam. Erguido em torno de duas irmãs, a pintora Vanessa Bell e a escritora Virginia Woolf, o grupo contava ainda com os pintores Duncan Grant e Roger Fry, os ensaístas Lytton Strachey, Clive Bell e Leonard Woolf e o romancista E.M. Forster. Era um grupo peculiar nas idéias estéticas e no comportamento. Casos amorosos entre seus integrantes – hétero ou homossexuais – eram tão comuns quanto a produção de idéias, quadros ou livros geniais. Keynes colecionava obras de arte e amantes homossexuais, mas casou-se com uma bailarina russa. Ao morrer, em 1946, dizia ter um único arrependimento: não ter bebido mais champanhe.


PÓS-GUERRA
Keynes ao centro, em Bretton Woods, como negociador britânico. Ele ajudou a definir o rosto da economia global por 30 anosEle se definia como um “economista burguês”, um “médico do capitalismo”. Brilhante, ganhou 2 milhões de libras, uma fortuna na década de 1930, especulando com commodities e moedas. Dizia ter desprezo pelo dinheiro e por banqueiros. Admitia a necessidade do trabalho “desde que não seja mais que três dias por semana”. Foi executivo de uma companhia de seguros e diretor de empresas jornalísticas. A City londrina parava para esperar sua previsão anual sobre o comportamento dos mercados.

Sua obra compõe-se de 29 volumes impressos e uma atuação pública notável. Em seu livro mais famoso – A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda –, uma obra tão pouco compreendida quanto admirada, Keynes concluía que era possível “operar” a economia capitalista mais ou menos como se controla uma máquina, mantendo-a sempre em ritmo acelerado para garantir o pleno emprego e o pleno uso de recursos. “O remédio para os ciclos econômicos não é abolir os booms e nos manter permanentemente em semi-recessão”, dizia Keynes. “Mas sim abolir as recessões e manter a economia permanentemente em quase-boom”.

Keynes acreditava que, durante as recessões, o governo deveria cortar impostos, baixar juros e gastar, sem se preocupar com o déficit público. Em momentos de contração, dizia Keynes, o setor privado não é capaz de investir. Se os mercados estão reticentes, as empresas reduzem gastos e põem gente na rua. Mas, se todas fizerem isso ao mesmo tempo, o consumo desaba. Isso justifica novos cortes de investimento e aprofunda a recessão. É um ciclo vicioso, que, segundo Keynes, só pode ser rompido pela ação do Estado. Ele deve, segundo Keynes, pôr dinheiro em circulação, estimular a produção e o consumo e tomar iniciativa nas áreas abandonadas pela iniciativa privada. É o que os governos do mundo todo estão fazendo há duas semanas.

Keynes foi responsável pelo sucesso das negociações que moldaram o mundo econômico do pós-guerra. A criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, assim como os acordos monetários de Bretton Woods – eventos que ele influenciou como principal negociador britânico –, forneceram os alicerces da economia global até meados da década de 70, quando os Estados Unidos quebraram o acordo que mantinha o ouro como padrão monetário global. O fato de hoje, em meio à crise financeira, voltarem a clamar por uma espécie de governança global dos mercados é sinal da influência intelectual de Keynes.

Os críticos dizem que há uma severa limitação no keynesianismo. Ele pode ser eficiente para deter as crises, mas não para administrar a prosperidade. Na prática, a idéia de cavalgar o capitalismo e domesticá-lo por meio do fluxo da moeda e do investimento público terminou com inflação e estagnação nos anos 70. As idéias de Keynes se revelaram uma utopia. Há duas semanas, com a crise global, o médico do capitalismo voltou à cena. O tempo que permanecerá no palco dependerá de quanto a saúde da economia vai melhorar com os remédios que ele prescreveu.

Tipos de Dietas Vegetarianas


Vegetarianismo estrito ou vegetarianismo verdadeiro é uma dieta composta unicamente por alimentos de origem vegetal. Vegetarianos estritos não comem, assim, qualquer tipo de carne, ovos, laticínios, gelatina, mel, etc, retirando da dieta todos os produtos de origem animal.É frequentemente confundido com o veganismo, mas, embora veganos sejam vegetarianos estritos, não são a mesma coisa:"Apesar de [nutricionalmente] classificarmos os 'vegetarianos verdadeiros' apenas pela alimentação, existe uma diferença entre o vegano e o vegetariano estrito. Geralmente o vegano também não utiliza produtos não alimentícios provenientes de animais, como lã, couro, seda e pele. Quando falamos em termos [exclusivamente] nutricionais, não faz diferença essa classificação." [1]Enquanto o vegetarianismo estrito é apenas um regime alimentar, veganismo é respeito aos direitos animais - o que inclui o vegetarianismo estrito por razões éticas, mas não apenas (circo com animais, rodeios, produtos testados em animais, e qualquer outra forma de exploração animal é boicotada pelos veganos).
Outros tipos de dietas vegetarianas são:

Ovolactovegetarianismo - é uma dieta composta por alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados deles. Os que seguem o ovolactovegetarianismo não comem qualquer tipo de carne.

Lactovegetarianismo - é uma dieta composta por alimentos de origem vegetal, leite e seus derivados. Os que a seguem não comem ovos nem qualquer tipo de carne.É uma dieta tradicional na Índia:"Para a prática do Yôga, o melhor sistema alimentar é o lacto-vegetarianismo. É o que vem sendo utilizando tradicionalmente na Índia há milênios. Mesmo se assim não fosse, tem provado ser o sistema ideal para o SwáSthya Yôga."

Ovovegetarianismo - é uma dieta composta apenas por alimentos de origem vegetal e ovos. Os que seguem esta dieta não comem, assim, qualquer tipo de carnes ou laticínios.

Crudivorismo - também chamado de "alimentação viva" ou "comida viva", é um tipo de dieta vegetariana estrita, ou seja, o indivíduo não consome nada de origem animal, e além disso, seus alimentos não são cozidos. Nessa dieta, nada pode ser preparado ao fogo, por acreditarem que este tipo de preparação causa perda de nutrientes. Não quer dizer, necessariamente, que se comam apenas alimentos crus. Existem processos de preparação que não causam perda de nutrientes, como a desidratação dos alimentos.

Frugivorismo - é uma forma mais restrita de dieta vegetariana, em que se ingerem apenas frutas. Como em outras dietas, algumas pessoas se consideram frugívoras mesmo não tendo uma dieta constituída apenas por frutos. As razões para isso podem ser porque ainda estão a caminho da dieta total ou por considerarem que o estágio atingido já é o suficiente. Enquanto a ingestão de frutos de uma pessoa representar a maior parte de sua alimentação, ela pode ser considerada (parcialmente) frugívora.





sábado, 11 de abril de 2009

É o tédio...


Para livrar-se desse tédioPor que sentimos tanto tédio ? Para o filósofo norueguês Lars Svendsen, o principal motivo é que nos cobramos demais a ter uma vida excitante a todo momento. Autor do livro Filosofia do Tédio (Zahar), ele mostra por que a vida bocejante se tornou tão comum - como se livrar dela.

No livro você afirma que o tédio é um fenômeno recente. Por quê ?
O tédio é essencialmente causado por uma falta de sentido do mundo. Antes da modernidade, Deus, era um sentido total. depois da "morte de Deus", tentamos encontrar alguma coisa para preencher o sentido que se perdeu. Fazemos isso colocando o indivíduo no centro. O indivíduo é uma figura que inventamos 200 ou 300 anos atrás, e estamos tão acostumados a pensar como indivíduos que não enxergamos outra maneira de olhar o mundo. Como indivíduos, temos a tarefa de realizar. Se não conseguimos, aparece o tédio.

Então exigir muito da vida causa tédio ?
Sim, nossas expectativas para a vida são muito grandes. Felicidade não é uma vantagem, mas uma exigência, algo que devemos ter. Pensamos que a vida tem de ser excitante a todo momento, todos os dias - quando não nos sentimos assim, o tédio aparece. O tamanho do tédio hoje em dia é apenas uma consequência de nossas expectativas.

Como se livrar desse tédio ?
A pior coisa a fazer é passar a vida inteira fugindo dele. Eu acho que uma estratégia mais primorosa é aceitar o tédio como parte da vida, nem mais nem menos que isso. Claro que ele vai continuar, mas faremos dele um problema menor. E o mais importante: temos que lembrar que, se não há um sentido total para a vida, ainda há sentido nela - na forma de amigos, família, trabalho, hobbies. Isso já é bastante para nós.
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Sabe esses dias em que horas dizem nada
E você nem troca o pijama, preferia estar na cama
O dia , a monotonia tomou conta de mim
É o tédio , cortando os meus programas, esperando o meu fim
Sentado no meu quarto
O tempo voa
Lá fora a vida passa
E eu aqui a toa
Eu já tentei de tudo
Mas não tenho remédio
Pra livrar-me deste tédio
Vejo um programa que não me satisfaz
Leio o jornal que é de ontem , pois pra mim , tanto faz
Já tive esse problema, sei que o tédio é sempre assim
Se tudo piorar, não sei do que sou capaz (repete desde início)
Tédio, não tenho um programa
Tédio , esse é o meu drama
O que corrói é o tédio
Um dia, eu fico sério
Me atiro deste prédio.
Biquini Cavadão

Paises Escandinavos - Modelos de Equilibrio Social

Como reduzir os níveis de desigualdade de nosso país para que possamos colher os frutos que recompensam sociedades mais igualitárias?

Mesmo quem não acredita que a redução das desigualdades socioeconômicas seja uma exigência de justiça social, conforme estampado na Constituição brasileira, tem razões de sobra para desejá-la ao menos instrumentalmente, isto é, como política pública comprovadamente eficiente no combate a várias mazelas sociais.
Países menos desiguais ostentam em regra índices menores de criminalidade, melhores níveis de saúde pública, maior confiança e solidariedade entre as pessoas e maiores perspectivas de desenvolvimento sustentado. Essa relação, bastante intuitiva, vem sendo confirmada em diversos estudos empíricos analisados e divulgados em recentes relatórios de instituições internacionais (ver, como exemplo, o Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2006: Equidade e Desenvolvimento, do Banco Mundial).A mensagem desses estudos é bastante clara. Ainda que não se acredite no valor moral intrínseco da igualdade, é melhor para todos viver numa sociedade mais igualitária.
Mesmo nos países desenvolvidos, em regra muito menos desiguais que o resto do mundo, é possível verificar o fenômeno das patologias da desigualdade, como bem as denominou o filósofo político Brian Barry, da Universidade Columbia (EUA).
Para citar apenas alguns dados, americanos e britânicos, apesar de viverem em dois dos países mais ricos do mundo, ocupam, respectivamente, a 36ª e a 46ª posições no ranking mundial de expectativa de vida, segundo dados do próprio governo americano ("CIA Factbook", 2008).Os EUA são também o país desenvolvido com a maior taxa de homicídios, quase dez vezes superior à média da Europa (Banco Mundial, 2002). A maior desigualdade das sociedades britânica e americana é apontada como fator contributivo importante dessas discrepâncias em relação aos demais países desenvolvidos.
O Brasil, apesar da recente queda de desigualdade registrada por órgãos de pesquisa (Ipea, IBGE), continua a ser um dos países mais desiguais do mundo e a sofrer, consequentemente, das patologias da desigualdade. Como, porém, reduzir mais rápida e significativamente os níveis de desigualdade de nosso país para que possamos colher os frutos que recompensam sociedades mais igualitárias?
Numa economia capitalista, o principal mecanismo de equalização é necessariamente a redistribuição, pelo Estado, das riquezas originariamente distribuídas de maneira desigual pelo mercado. E o mecanismo mais eficiente para isso é a combinação de impostos progressivos com investimentos sociais generosos nas áreas da educação e saúde públicas e nas redes de proteção social, como o seguro-desemprego (as políticas do chamado Estado de bem-estar social).
Nada muito diferente, portanto, do que fizeram a Suécia e outros países que resistiram melhor à onda neoliberal nascida nos EUA e na Grã-Bretanha, hoje totalmente desacreditada pela grave crise financeira mundial.Assolada por níveis espantadores de pobreza no século 19, a Suécia investiu pesadamente na infraestrutura social e, principalmente, na educação dos seus cidadãos, o que continua até hoje, ancorando a competitividade do país na economia globalizada. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento acima de 3% do PIB resultam na maior taxa mundial de registro de patentes de novos produtos per capita.
A Suécia figura hoje entre os países mais ricos do mundo. É evidente que a manutenção dessas políticas tem custos que só podem ser financiados pela adoção de impostos progressivos -o outro lado da moeda. O Imposto de Renda na Suécia chega a quase 60% para os mais ricos, enquanto no Reino Unido chega a 40%, nos EUA, a 35%, e no Brasil, a 27,5%. Cidadãos e políticos suecos entendem que esse é o preço justificado da manutenção de uma sociedade desenvolvida, segura e saudável.
Resta, então, responder à pergunta do título deste artigo: poderia o Brasil se transformar em um país tão igualitário como a Suécia e colher os claros benefícios dessa opção política? O último relatório da OCDE sobre a economia da América Latina traz um dado que talvez surpreenda a muitos: as desigualdades da Suécia não são tão diferentes assim das do Brasil quando analisadas pré-atuação estatal, ou seja, pela mera alocação do mercado. Implementar as políticas fiscais e sociais necessárias para nos transformarmos num país mais igualitário é, portanto, uma questão de vontade política. Parafraseando o novo presidente americano, a resposta é: "Sim, podemos!".

EMANUEL KOHLSCHEEN, 35, doutor em economia pela Universidade de Estocolmo (Suécia), é professor de economia da Universidade de Warwick (Reino Unido).

Lei Maria da Penha - Uma Lei Inconstitucional ?

A bonitinha mas ordinária atriz Luana Piovani esta longe de ser comparada a Sra Maria da Penha - (Anônimo em forum).
Geralmente agressões físicas são precedidas por agressões verbais e outras formas de desrespeito e falta de cuidado, e ainda que se queira culpabilizar apenas quem ergueu a mão, para se chegar a uma situação dessas, há uma responsabilidade do casal nisso. A lei deveria ter critérios mais rigorosos, já que as mulheres não podem ser sempre tratadas como coitadinhas ingênuas, indefesas e frageis. É muito comum maridos plácidos e pacatos se transtornarem com esposas megeras. O companheiro pede para a esposa calar-se, uma, duas, três, quatro, sete, dez vezes até que não aguenta mais e surta.
Já que a Lei Maria da Penha iguala qualquer empurrão ao que aconteceu com a Sra Maria da Penha que de fato foi sistematicamente espacandada pelo marido com sequelas irreversíveis, qualquer individuo sem perceber pode parar numa cadeia por uma banalidade sem conquências. Em vista disso, eu aconselharia aos homens com atritos no casamento que separem-se antes que aconteça o pior. E aos jovens que pensem duas vezes antes de se casar. Melhor deixar as mulheres a sós.