domingo, 29 de abril de 2012

O Bem Estar da Natureza

Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga


Nós, seres humanos do século XXI, estamos "desnaturalizados" e isso muitas vezes nos faz parecer extraterrestres em nosso próprio planeta. Mesmo acreditando que a cultura e a civilização tenham suprido nossa porção mais animal e instintiva, ainda precisamos manter contato com o mundo natural.

Para tratar quadros de ansiedade que nascem do excesso de trabalho e de uma longa permanência na selva de pedra, escapadas de dois ou três dias para a natureza podem ser mais eficientes do que a ingestão de medicamentos.

Ao sentir o cheiro de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, que só é quebrado pelas pequenas criaturas ao redor, reencontramos nossa esência por tanto tempo abandonada.

Como diz Nietzsche, na cidade precisamos representar um papel porque estamos muito preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos nos dar ao luxo de sermos nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem, falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixarmos levar pelo mundo natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de tranquilidade nos aguarda.

Allan Percy
autor do livro "Nietzsche para estressados"
Ed Sextante, Rio de Janeiro RJ

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O melhor de Sampa



Você também acha que São Paulo é cidade mais babaca, reacionária, provinciana e caipira do país ? Reveja seus conceitos, nem tudo está perdido... São Paulo deu ao Brasil:  a Rita Lee, os Punks, os grafiteiros Os Gêmeos,  o Chiclete com Banana, os cartunistas Angeli, Laerte e Glauco, as pizzas, os arquitetos Marcio Kogan e Isay Weinfeld, o cozinheiro Alex Atala, a galeria do Rock, o deputado Protógenes e muitas outras coisas mais...

sábado, 21 de abril de 2012

Guerra ao Automovel


Uma fila de carros que começaria no Rio e terminaria em Porto Alegre é o espaço ocupado pelo aumento de 30% da frota de veículos na cidade nos últimos dez anos. São 424 000 carros a mais que, ao sinal verde, reduzem a esperança de vermos automóveis deslizando livremente pela pista. Você sabia que o prejuízo anual sofrido pelos cariocas com o engarrafamento é de 3,7 bilhões de reais por ano, segundo cálculos do economista do Ibmec-RJ Gilberto Braga? No livro Sorria, você está engarrafado, além de propor ideias divertidas para se distrair no trânsito do Rio - como comer biscoito Globo sem sujar o carro -, o médico carioca Mário Márcio aponta medidas adotadas por outras megacidades para melhorar a mobilidade urbana. Que sirva de inspiração para a nossa. 

1 - Pedágio urbano: algumas metrópoles europeias como Londres, Oslo e Milão cobram tarifas de carros que circulam no centro da cidade. Os recursos arrecadados são investidos na melhora do transporte público. Em Londres, onde se cobra o equivalente a 35 reais por dia dos motoristas que utilizam as ruas do centro das 7h às 18h, a medida reduziu em 30% os veículos na região. Em Cingapura, o pedágio fez o uso de ônibus crescer 15% e o engarrafamento reduzir em 40%.

2 - Desmotorização: americanos e europeus estão aprendendo a viver sem carro com soluções simples. Em Manhattan, não há estacionamentos. Em Munique, na Alemanha, novos prédios só podem ser construídos sem garagem. Medidas como essas têm estimulado investimentos em transporte público de qualidade. 

3 - Sistema de cotas: em Cingapura, há um limite de número de carros por família e cada licença pode chegar a custar 21 000 reais. Hoje, menos de 30% das famílias possuem carros. 

4 - Vias e faixas exclusivas: Curitiba e Bogotá, na Colômbia, são exemplos de cidades que priorizam o transporte público a favor da qualidade de vida. Corredores exclusivos, que começaram a ser implementados lentamente no Rio, e ônibus de alta tecnologia atraíram a população que passou a usar carro para as horas de lazer e o transporte coletivo para o dia a dia de trabalho. 

5 - Recuperação de ferrovias existentes e construção de novas: o transporte rodoviário que predomina no Brasil é um modelo urbano condenado em países ricos como Estados Unidos. Sobre pneus, a cidade se expande em baixa densidade, com crescente exigência de novas vias. Mais pistas, mais congestionamentos, mais poluição, maiores custos de infraestrutura e gestão. É fundamental investir no transporte sobre trilhos. 

6 - Construção e manutenção de ciclovias, educação no trânsito e segurança: temos, no Rio, a maior malha de ciclovias do Brasil com 235 quilômetros, mas ainda é pouco. A Zona Sul já conta até com um sistema público de aluguel de bicicletas, como nas cidades de Copenhague, na Dinamarca, e Amsterdan, na Holanda, que possuem programas governamentais que estimulam desde cedo a prática do ciclismo, o respeito às regras de circulação e a convivência pacífica nas ruas.

7 - Criação de transporte hidroviário: algumas experiências já foram feitas ligando a Barra à praça XV. Na primeira viagem de teste, os tripulantes ficaram nauseados e nunca mais se ouviu falar sobre este tipo de transporte. 

8 - Implantação de sinais inteligentes: tratam-se de semáforos que mudam o tempo entre o vermelho e o verde eletronicamente, de acordo com o fluxo momentâneo de veículos. 

9 - Criação de multa positiva: em horários e locais pré-estabelecidos, o motorista que estiver circulando com menos passageiros do que o permitido é multado - um estímulo à carona solidária e à redução do número de carros em circulação. Na Coreia do Sul, desde 1996, a capital Seul cobra o equivalente a 4,80 reais de carros que passam por duas de suas avenidas com menos de dois passageiros. Resultado: a quantidade de veículos caiu 34% e a velocidade subiu 10 Km/h.

10 - Incentivos fiscais: um alemão interessado em obter a carteira de habilitação para dirigir é obrigado a pagar uma taxa de quase 2.000 euros, o equivalente a 4.450 reais. Além disso, impostos sobre a compra de automóveis, taxas de registro e de estacionamento são propositalmente elevados.